domingo, 26 de dezembro de 2010

Ano velho…Ano novo

Um ano. 365 dias. Vitórias, derrotas, mudanças, perdas, ganhos, descobertas, alegrias, trsitezas, cansaço, decepcção, fé, amizade, amor...

Vocês já pararam pra pensar quantas coisas acontecem na vida da gente em um ano inteirinho? Quantas pessoas tocam as nossas vidas, e quantas vidas nós tocamos nesse intervalo de tempo?

Quanto suor a gente derramou na busca das nossas verdades, quantas lágrimas durante os momentos difíceis, quantos sorrisos durante os pequenos instante que tornaram a caminhada mais fácil?

Em matéria de balanço, 2010 pra mim foi um ano de recomeço e aprendizado de início ao fim.

Deixei pra trás o tênis surrado de cinderela, e vesti de vez a armadura de mulher. Aprendi a lidar com as expectativas de forma madura, a entender o tempo do outro de forma madura, e a grande lição foi aprender que, o tempo realmente cura tudo. Não só traz paz onde um dia fez-se guerras, mas cicatriza as feridas e deixa apenas as marcas causadas pela vivência.

Em 2010 eu aprendi que, definitivamente não posso exigir o amor de alguém, e como já disse o poeta, posso apenas oferecer o meu amor,  e dar motivos reais para que as pessoas gostem de mim.

Aprendi que definitivamente meus verdadeiros amigos não vão me deixar se eu disser não. E que o tempo é o maior aliado para descobrir quem realmente está do nosso lado quando a coisa aoerta.

Aprendi que não sei tudo, e talvez nem a metade, mas que tenho uma capacidade de superação e aprendizado muito maior do que imaginava, e que estou apenas começando.

Percebi quais são meus sonhos reais, as coisas que definitivamente eu quero pra minha vida, e dentro disso tudo, percebi que algumas pessoas, por mais que eu goste, não farão parte dessa caminhada. Entendi que as pessoas possuem maneiras diferentes de demonstrar afeto, mas que uma coisa não muda: Ninguém é burro o suficiente pra deixar passar alguém quando acha que vale a pena.

Não é fácil fazer escolhas, não é fácil abrir novos caminhos, muito menos deixar pra trás certezas que já não se encaixam mais na realidade, certezas que não nutrem sonhos e não nos permitem tirar os pés do chão. Mas, pra entendermos quais são as certezas, os sonhos, precisamos ter coragem de abrir o peito e aceitar o novo sem olhá-lo com os olhos tendenciosos das cicatrizes. Seria burrice se precaver, comparar, recolher o arado, e não ficar tempo o suficiente em terra nova pra ver quais seriam os frutos.

Ano novo, vida nova. Tem um trechindo do Grey's anatomy que fala sobre isso, que se encaixa exatamente na minha concepção:

"Recomeços.graças ao calendário, eles acontecem todos os anos.Basta acertar seu relógio para janeiro.Nossa recompensa por ter sobrevivido às festas de final de ano é um novo ano…carregado da tradição dsa resoluções de ano novo.Deixe o passado para trás e comece de novo.É difícil resistir à chance de um novo começo,à chance de colocar os problemas do ano anterior de lado. Quem pode determinar quando o velho termina e o novo começa? Não é um dia no calendário, não é um aniversário, nem um ano novo. É um evento, grande ou pequeno,alguma coisa que muda a gente, idealemente, nos dá esperança…Um a nova forma de viver e de olhar para o mundo. Desfazer-se de velhos hábitos,memórias antigas. O que importa,é que nunca paremos de acreditar que…podemos ter um novo começo.Mas também é importante lembrar-sede que no meio de toda essa confusão…existem algumas coisas que valem a pena serem mantidas…”

Acho que fechando o balanço do meu ano, chego a conclusão de que eu saí muito mais forte de todas as minhas freqüentes crises. De Janeiro a Dezembro eu tentei, com sucesso, transformar choro em força, questionamentos em soluções e tropeços em grandes saltos. Eu consegui largar mão de coisas que ingenuamente eu acreditei me fazerem bem.
A vida trouxe ainda alguns presentes de carne e osso que me apresentaram a parte de mim que eu desconhecia. A mesma também fortaleceu laços, desatou alguns que andavam frouxos e não seguravam nada. Ela também escreveu no meu dicionário intrínseco a palavra segurança. Tu podes, tu consegues, tu és capaz. As regrinhas básicas e batidas dos livrinhos de auto-ajuda que durante todos esses anos eu rejeitei.

 

Neste último ano, perdi um pouco da fé aparentemente inabalável, não casei e fraquejei em alguns dos meus valores. Conservei certos hábitos começando por aqueles que se referem aos poucos amigos de verdade. Catatalisei alguns dos meus sentidos nesse meio tempo. Coninuo anxergando perfeitamente bem, enxergando fundo, enxergando o que nem sempre se deseja, mas continuo mais surda que uma porta.  A estrada continua sendo minha a válvula de escape perfeita e a saudade o vilão mais famoso. Perdi o sono, perdi o juízo, mas nunca perco a chance de ficar quieta. Várias vezes entrei em crise com o tempo. Não quero crescer, quero colo, quer voltar pro Pré da Tia Rose.Acho que me tornei uma incógnita previsível. Com sobra de falta de paciência e bunda grande. Que não sabe não ser tudo que é mesmo não sabendo exatamente o que seria. Comigo Deus fez tudo certo. Em especial quando resolveu me jogar aqui na versão mulher. Sabia que não daria certo em outro molde já que não tenho saco nenhum. Estou em constante e interminável processo de adaptação ao mundo. Sem muita ambição de sucesso quanto ao mesmo.
Mas o que eu realmente sei, é que durante esses 365 dias dei passos enormes em direção da normalidade. Daquilo que o mundo todo almeja. Um coração em paz, um trabalho que satisfaça e um bom lugar pra terminar um dia.

E pra fianlizar, sempre apostei nos ímpares! 2011 veio pra quebrar as minhas pernas. Sem rodeios, vamos a luta, deixando de lado as tradicionais manhas e as marcas de uma personalidade abalável, estou fazendo o que tinha que ser feito. E assumirei contas e riscos até o mês em que o Noel chegar com toda a bagagem de 2011. Eu quero mesmo é me desafiar. Pegar todas as possíveis experiências aqui pra mim.
Não sou mais eu contra o tempo. Até 2015 eu talvez seja um super-herói…

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

…Vai Entender o Amor

Parece-me tão mais simples voltar o tempo e deixar que todas as decisões importantes sejam tomadas pelos meus pais. Eu costumava pelo menos achar que podia ter algum sucesso com os ataques de estrelismo mirim logo seguidos por choro e criança sendo arrastada. Tais shows não eram tão bem sucedidos, porque no final das contas meu pai mostrava quem mandava hahaha. E ele sempre desempenhou o papel tão bem que nunca consegui modelos de sandálias da Xuxa, tive que admitir túles piniquentos na cabeça e fui descobrir o "maravilhoso" gosto do jiló desde cedo (blergh). Acredite, não por vontade própria. Era o meu desejo contra o poder matriarcal. Sentisses aí o ego infantil inflando? Era lindo ser uma rebelde sem causa. Era fácil simplesmente discordar. Era inevitável vencer pelo cansaço. Era um tempo no qual existia alguém te guiando, resolvendo, escolhendo o mais correto por ti. Agora para! Retire imediatamente essa idéia errônea da cabeça, ou pare de ler. Eu não sou acomodada! Deus me livre alguém, principalmente da família, gralhando ao pé do ouvido o que pode ser melhor pra mim. Até porque se eu dependesse desse tipo de ajuda superior eu seria morena, estudaria para ser juíza e talvez já estaria casada com o coleguinha da primeira série. Nada contra, mas por precaução me benze! Eu sei que calça branca usa-se com calcinha da mesma cor, que tantas horas em frente ao computador pode prejudicar a visão e sei até que água-de-côco evita eventuais câimbras. Não é disso que falo, desses conselhos básicos...
Eu desejava alguma luz, não só sentimentos tão concretos. Se possível também uma balança mais exata na hora de calcular os prós e os contras entre as  escolhas. Realmente, sou ambiciosa sim, idealizo tanto que chego a perder o controle dos meus pensamentos e talvez tu tenhas mesmo razão, eu exagero no drama. Porém entenda, são os sintomas dos assuntos do coração. E eu lamento, tu fáras (faria|fez) ainda pior. Lanço o desafio! Tente aceitar um pedido sem te questionares antes. Transforme uma vida inteira sem ter traços de dúvida. Não demonstre medo ao recomeçar uma relação. Não tenha medo de pensar em si sem estar sozinho.  Ainda por último, repita a palavra "fim" para o grande amor da tua vida.
Relaxe, isso não é o relato de algum recalcado mal amado deixado na porta da igreja. Também não é um jogo. Talvez seja só o descontrole, o desespero, a angústia de algum amante sem respostas. Alguém que por ironia, ou somente azar, não encontra a resposta para tantas certezas. Ou talvez, não.

Vai entender o amor...

 

 

Aviso: Caso as certezas das decisões quanto á pessoa com quem você se relaciona sejam algo simples e de fácil resolução para vocês, parabéns! Você acaba de passar a fase paixão e entra agora na tentativa da fase amor. Perigo, adquira "vidas".

(Ué, mas isso não era pra ser um jogo!!!!)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A favor dos homens de verdade…

"Did you say it? 'I love you. I don't ever want to live without you. You changed my life.' Did you say it? Make a plan. Set a goal. Work toward it, but every now and then, look around; Drink it in 'cause this is it. It might all be gone tomorrow." Meredith Grey

 

Desde que eu me conheço por gente, nós mulheres tentamos entender os homens. Tentamos minimizar as diferenças descobrindo o que se passa na cabeça desses outros seres tão diferentes da gente. Na maioria das vezes, caímos em estereótipos do tipo “homem é assim”, “mulher é assado” e limitamos toda a humanidade dentro das nossas próprias percepções do mundo. Como se nossa percepção fosse única e absoluta. Quando na verdade, não é.

Eu ando treinando o “desestereótipo”. Treinando ver o mundo de outra forma. Explico: não é porque eu comi uma uva podre do cacho que as demais também estão (como eu achava até então). Ando tentando ouvir com menos atenção os casos corriqueiros de homens cafajestes e dando mais importância aos raros casos de homens do bem, até porque não desejo perder a fé de que alguém se encaixa exatamente no que é verdadeiro. Sim, eles existem. E quando minhas amigas começam com “ah, é porque homem é assim mesmo” eu ligo o mute interno e começo a pensar na lista de maquiagens que quero adquirir no momento. Não, gente, homem não é “assim mesmo”, "mulher não é “assim mesmo”, e eu cansei de engolir esse papo. Tem mulher pirigueti, tem mulher do bem, tem mulher interesseira e  tem mulher que construiria uma vida ao seu lado do zero. Tem homem babaca e tem homem do bem. É exceção? Pode ser. Mas existe. O grande lance é que não dá pra julgar por antecipação. Aquele cidadão bom moço pode te decepcionar e aquele outro que você não dava nada por ele pode te surpreender.  Aquela mulher que você não dá uma chance, poderia ser uma grande parceira pra sua vida. E enquanto nós, mulheres, não entendemos os homens (e nem eles entendem a gente), acho que deveríamos ser mais claras no que queremos, ao invés de fazer joguinho. Grande parte dos homens não tem criatividade ou sequer paciência pra ficar decifrando nossos códigos. Ao contrário da gente que acha que tudo que eles falam são códigos secretos e querem dizer muito mais do que o que foi dito. (Eu ainda não superei essa fase da interpretação faz tempo, mas tenho amiga que não interpreta cada palavra que o cidadão fala).

Ainda vamos demorar pra decifrar o que os homens querem. Mas entender o que nós queremos não é nem um pouco complicado se eles prestarem atenção.Se eles resolverem dar o devido espaço ás mulheres de verdade. Não queremos anel de brilhante. Um anelzinho de papel de bala feito na hora resolve nosso problema. Não queremos dormir num palácio, só queremos deitar a cabeça num ombro que nos acolha. Não queremos a presença física o tempo todo, mas queremos saber com quem podemos contar se precisarmos. Não queremos a senha do email, mas queremos alguém em quem possamos confiar de verdade. Não queremos vigiar o celular, mas queremos alguém que não nos surpreenda com telefonemas suspeitos. Queremos alguém que não ache impossível sermos menos experientes apesar de idade, por pura questão de valor e de sentimentos, e que acredite que há mulheres assim. Queremos alguém com quem possamos passar nosso aniversário. Passar o Natal. O reveillon. A vida. Queremos alguém que nos inclua nos planos, ainda que esse plano seja apenas a comemoração de alguma coisa banal. Queremos alguém pra quem não tenhamos que contar nada, pois esse alguém simplesmente sabe porque faz parte da nossa vida. Queremos alguém cuja prioridade é a própria vida, porém a própria vida nos inclui. O que nós, mulheres, queremos é tão simples que esse texto nem precisaria existir pra explicar isso. Tão simples que parece tão óbvio. Mas não é. Ainda existem homens que ignoram o básico. Alguns. Não são todos. Porque, como eu estava dizendo, os homens não são todos iguais, e você pode se supreender quando menos espera.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Cansei

 

 

 

 

 

Quando eu era criança, me ensinaram que a gente deve fazer o bem sem esperar nada em troca. Me ensinaram que as pessoas não vão ser boas comigo porque eu sou boa com elas. Me ensinaram a nunca esperar nada em troca.Me ensinaram que fazer o bem é algo que faz bem a si mesmo. Até no “catecismo” (é, eu fiz isso!) me contaram que seu Jesus ajudou não sei quantas pessoas e só uma voltou pra agradecer (não sei contar história direito, mas é mais ou menos isso). Eu já deveria ter aprendido nessa hora. Eu já devia ter prestado atenção na lição.
Mas não. A gente quebra a cara, apanha da vida, se ferra e não aprende. Você ajuda uma pessoa que depois quer puxar seu tapete, você respeita alguém que mal conhece essa palavra, você presenteia pessoas que fazem pouco caso de você no dia do seu aniversário, você é fiel á pessoa que amava e  um belo dia você descobre que a cabeça andava pesada de tanto carregar chifres, você paga o jantar da sua amiga que depois quer rachar o estacionamento de três reais com você.
Seria muita hipocrisia minha dizer que gosto de fazer o bem pras pessoas e só tomar ferrada em troca. Mas não sou covarde o suficiente pra dizer que sou boazinha pra agradar o mundo e não me importo se as pessoas agem com descaso comigo. Me importo sim.É lógico que eu espero algo em troca,mas nao espero equiparações, estátuas, dinheiro, presentes, espero apenas consideração. Não tolero descaso, falta de consideração, falta de respeito. Não tolero gente sem educação porque sou educada com as pessoas. Não tolero gente que não cumpre com a própria palavra porque, a partir do momento que eu me comprometer com algo, vou cumprir com o que foi dito, mesmo que para cumprir minha palavra tenha que dizer não pra mim mesma.
Nunca admiti, na minha vida, homem que diz que vai ligar e não liga. Nunca entendi minhas amigas que tomam end dos caras e insistem em ligar pra eles mesmo assim. Nunca entendi mulher que toma chifre e finge que não sabe. Na verdade, nunca entendi gente que finge de burro pra continuar pastando. Descaso, falta de consideração, falta de educação, falta de respeito, falta de hombridade, falta de coleguismo, falta de ser gente. Nunca vou entender como alguém acha isso normal. Nunca vou entender porque acham anormal quem age com decência.
Sempre esperei que as pessoas agissem comigo da mesma forma que ajo com elas e é por isso - e só por isso - que sou honesta. Que sou franca. Que sou amiga. Que sou fiel. Só por isso me esforço pra ser uma pessoa boa nas horas em que não dá a menor vontade de levar ninguém em consideração. Porque espero das pessoas o mesmo tipo de atitude. E não porque quero ser a Madre Teresa de Calcutá ou almejo algum tipo de canonização. Mas sabe de uma coisa? Bobagem. Na hora que a coisa aperta, é com um ou outro que você pode contar e só. Aí, cadê aquela sua amiga pra quem você pirateava cds do Jota Quest porque ela não tinha dinheiro pra comprar? Cadê aquela outra que, quando a mãe dela ficou doente, você se ofereceu pra ir com ela de madrugada pro hospital? Cadê aquela amiga que você buscou e levou em casa durante os quatro anos de faculdade? Cadê aquelas que freqüentavam todas as festas na sua casa? Cadê aquela que você levou em casa lá no fim do mundo quinhentas vezes depois das festas? Cadê aquela com quem você saiu procurando emprego pra ela, porque ela não tinha força de vontade de fazer isso sozinha? Cadê seu amigo que você perdeu uma madrugada fazendo o TCC dele porque achava que ele não daria conta, e perdeu o sono por imaginar que ele sofreria pois não conseguiria? Cadê todo mundo quando você precisa de uma coisa muito simples?
Não sei onde estão essas pessoas e agora, de verdade, prefiro não saber. Prefiro que todas elas se lasquem porque agora vou ser uma pessoa pior. Cansei de fazer o bem e me dar mal. Cansei de esperar atitudes das pessoas e mofar esperando. Cansei desse povo sobrando inútil na minha vida. Cansei de ser a boazinha. A que sempre se fode. Cansei dessa hipocrisia de fazer o bem de graça. Cansei de ser a única a me lascar. Cansei de me lascar de graça

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A favor de gente de verdade…

 

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“Meu coração tem asas..minha razão anda a pé …”

 

 

Cada dia mais, percebo a quantidade mínima de pessoas que posso considerar  como minhas amigas de verdade. Todo mundo só me prova a teoria de que sempre buscam algum retorno, sempre tem algum interesse oculto nas relações. E desanima, e dá vontade de mandar meio mundo á casa da Mãe Joana. E dói deixar pra trás e entender que pessoas que um dia quizemos bem, não nos queriam tão bem assim.

Eu não quero ninguém que não valha a pena levar pra vida ao meu lado. Não quero ninguém que não tenha valores, que não tenha caráter, que não tenha a capacidade de perceber a dor do outro, tudo que o paralisa, seus medos, suas dificuldades, e ajudá-lo. Por outro lado, incentive seus sonhos, suas conquistas, e fique realmente feliz pela felicidade alheia,.

Eu quero mais verdade, e menos suposições.

Eu quero mais coragem e menos medo.

Mas sou atrevida por natureza e adepta da frase de Nietzsche: "Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia". Ai, Nietzsche você sempre soube! É isso mesmo. Eu odeio e assino embaixo. E odeio com todas as forças, com todas as letras, em capslock, de trás para frente, em inglês ou latim. EU ODEIO. Sou uma ótima companhia para mim mesmo, adoro ficar sozinha, lendo, escrevendo ou fazendo o meu nada.

 

Prefiro me afundar em mim a ter que ouvir gente falando merda ou contando vantagem…

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Amar…

 

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"Não é amar: viver em função do outro, viver em uma confusão de pensamentos e sentimentos que tiram o foco, viver triste, com receio da perda, do abandono, da mentira, aceitar migalhas, viver se rastejando, falar o que não sente, conceder indefinidamente, adiar sonhos, encolher, esconder-se, deixar-se morrer, anular-se." Sandra Maia

sábado, 20 de novembro de 2010

Na Dúvida, Não complique…

Queridos, trago novidades. Para ser feliz, não é preciso ter rios de dinheiro. Um amor de cinema. O corpo da Mulher samabaia. Um rosto de parar o trânsito. Pra ser feliz, não é preciso ter uma família perfeita de propaganda de margarina, e nem menos uma carreira impecávelmente brilhante. Tudo bem pra quem tiver tudo isso. Mas nada disso é GARANTIA de felicidade, certo?

Por isso, escrevam aí, em letras garrafais, sublinhem e releiam quantas vezes for necessário: FELICIDADE SÓ SEM ENCONTRA DENTRO DA GENTE.

Enloqueci de vez?? Não, acho que não. Hoje eu fui organizar os dados das crianças do projeto comunitários dos meus pais, e descobri gente que sorri (muito mais que a gente),gente de pé descalço, mas de alma mais leve e lavada que eu pude encontrar. Sério gente, há muito tempo não via tanta alegria e simplicidade juntas.

Quando a gente vivencia coisas assim, volta pra casa e se pergunta, ENTÃO É ISSO? Vejam bem, não estou dizendo pra ninguém largar o emprego, parar de malhar e só comer besteira, estou falando de EQUILÍBRIO.

E a receita é só uma: fazer as pazes com aquilo que você é, se aceitar. Pare um pouco, diminua as expectativas e entenda que felicidade não é TER, é SER.

Papo de riponga, de maluca? É, até pode ser. Papo de gente simples (deliciosamente simples). O saber de quem nunca estudou (feito a minha mãe), mas que tem uma sabedoria de deixar muita gente metida a besta de cabelo em pé.

Depois de conversar com esse tipo de gente, fica impossível não questionar a falta de tato, de simplicidade, de educação, com as quais convivemos todos os dias. Quando colocamos os pés em lugares assim, a gente põe a mão na consciencia e pensa: Que vida é essa que eu estou levando? E as dúvidas e insatisfações nos fazem questionar tudo que está em jogo. E digamos de passagem que as conclusoes sao muitas. E quer saber? Não são fáceis.

A gente vive em um mundo onde a mídia influencia muito, onde padrões e esteriótipos de felicidade acabam assumindo os lugares dos sonhos da maioria das pessoas. Mas aí eu pergunto: Do que adianta ter uma conta recheada de dinheiro se o teu emprego não te deixa dormir? Do que adianta ter um corpo de parar o trânsito se não poder cair de boca em uma batata frita com choppinho depois de uma semana difícil? Do que adianta ter um namoro se isso te traz mais preocupações e desgastes do que alegria?

É pessoal, a felicidade tem muito mais a ver com paz do que a gente pensa. E a paz é uma sensação automáticamente atrelada a simplicidade, embora muitos não percebam.

Quer tirar a prova? Experimente…

Experimente comer comida de mãe, e me diga se não é um prazer infinitamente maior do que comer em um restaurante caríssimo?

Experimente vestir aquela roupa velha pra ficar em casa jogado no sofá e me diga se não é uma sensação absurdamente mais gostosa do que vestir uma calça de marca para ir ao shopping?

Experimente aceitar seu parceiro ou parceira com as qualidades e acima de tudo com os defeitos que tem, e me diga novamente se não terá uma convivencia incrivelmente mais gostosa do que a que teria tentando mudá-lo?

Enfim, sei que ás vezes não consigo me encaixar em padrão algum porque pareço meio velha pra algumas coisas, meio imatura pras outras, meio verborrágica, exagerada, fantasiosa, boazinha demais…mas sei também que isso eu aprendi em casa e carregarei sempre comigo, SIMPLICIDADE NÃO TEM PREÇO. CARÁTER vale mais do que DINHEIRO. REALIZAÇÃO pessoal vale mais do que DINHEIRO. AMOR vale mais do que LUXO.  AMIZADE  vale mais do que CONVENIENCIA. TRANSPARENCIA vale mais do que FALSIDADE.

 

Tenho uma amiga da época do colégio, que ás vezes me diz: hoje eu sai e sentei não sei aonde tomei uma coca cola e ri um bocado, bem programa de pobre. No final das contas a gente sempre conversa e chega a conclusão que são os melhores programas. Farofagem na praia. Café com bolo com as amigas.Chopp no boteco da esquina. Andar de havaiana arrastando pela rua. Comer cocada..

Um brinde á vida que vale a pena, um brinde as coisas que não tem preço…na duvida? Descomplique!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Você, Eu?

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“Um dia a gente chega mais perto de ser, aquilo que realmente se é… e não se assuste se ao olhar ao redor não restarem muitos, pois corajosos são aqueles que permanecem ao lado de quem é de verdade” Lya Luft

Você é solteira. Você trabalha e é muito competente diga-se de passagem. Você é divertida. Você tem um papo legal. Você é inteligente. Você não curte drogas. Você é bem nascida (pobre mas em uma família que deu a base necessária). Você é desinibida. Você vive de bem com a vida. Mas você pensa que tudo isso não basta. Então, você cria personagens pra si mesma. Inventou uma super-mulher que não existe. Inventou uma armadura invisível pra se defender de alguma coisa que nem você sabe muito bem o que é. Você tem medo de se envolver com as pessoas erradas e acaba se envolvendo com as pessoas que não se envolvem também.
E, pra cada história, um personagem. Pra sua família, você é descabeçada. A péssima aluna na época de colégio, a do fundão, bagunceira, sempre reivindicando alguma coisa e não aceitando as regras impostas no colégio militar. A filha nada exemplar. A garota mimada que teve que aprender na marra sobre valores. Pros seus amigos, você é a queridinha. Você está sempre pronta pra ajudar. Você resgata sua amiga de uma enrascada às 3h da manhã, bêbada. Você atende o celular no meio da noite quando sua outra amiga te liga em prantos. E você sai de onde está porque alguém precisa da sua ajuda. Você é sempre sorrisos. Sempre aquela pessoa alegre que fala bobagem e diverte as outras.
E, pro seu ficante, você criou uma mistura de mulher fatal, Moderna, mas com caráter e objetivos. Desinibida. Que desenvolveu uma espécie de "corpo-delivery". Ele liga e você vai. No strings attached. Você é a incansável, porque estar com ele simplesmente não cansa, vicia. A que volta pra casa sozinha às 3h30 da manhã. Que faz cara de paisagem quando diz que adorou a noite e ele responde um “também” quase mudo. Como se não se importasse. Você elogia o cabelo dele quando, na verdade, gostaria de dizer “cara, você é bacana”, “cara, você me vale a pena”. Você pede pra ele te levar embora quando simplesmente poderia pedir “me abraça”. Você tenta desistimular suas manifestações de carinho, não quer que ele note que você é simplesmente louca por ele. E, agora, está presa ao personagem que criou pra si mesma.
Você é exatamente o que as pessoas esperam de você. Você fala o que elas querem ouvir. Você faz o que elas esperam que você faça. Você se comporta da forma que elas esperam que você se comporte. Você cansou de dar a cara pra bater e resolveu brincar de ser outra pessoa. De encarar um novo papel a cada nova situação. Você analisa a pessoa, descobre o que ela espera de você e puf! Você se transforma exatamente naquilo.
E, numa bela manhã, a ficha caiu. Seu mundo caiu. Você descobre que voltar pra casa, morta, não é o que você queria estar fazendo naquele momento. De novo aquela sensação de estar fazendo tudo errado. Você até seguiu seu coração. Dispensou todos os que gostariam de estar com você pra ficar com o cara que você queria. Fez exatamente como queria ter feito. Então, de repente, você mesma entra em ação e põe tudo a perder. Você veste o personagem e é como se você fosse só aquilo. Você montou toda a cena, apesar de não ter o mínimo controle da situação.
Talvez, então, seja a hora de deixar cair a máscara. De pedir licença ao público pra ser você mesma. De se permitir errar quando tenta acertar. De mostrar pros seus amigos que, às vezes, é você quem precisa de ajuda no meio da madrugada. Que você não é só sorrisos, tem hora que você chora. Que você gosta de colo também. Que você gosta quando as pessoas são fofas com você . Que você não é esse furacão 24 horas por dia. Que você dorme sexy e acorda um lixo. Que você odeia se sentir só mais uma. Que você, às vezes, você também sente medo de não ser boa o suficiente pra ele. Que você pode ser a perfeitinha, a louca, a Sharon, a Madonna, a Britney e até a Madre Tereza de Calcutá, mas ainda assim, você continua sendo você. Imperfeita. Única. Cheia de qualidades e defeitos só seus. De saco cheio das pessoas comprarem seus personagens. De saco cheio de acreditar nos próprios personagens que criou pra si. E cheia de vontade de jogar tudo pro alto.

Tem dias que uma boa chuva de água sanitária borraria toda essa maquiagem e deixaria aparecer o que você é, goste quem quizer, ame quem tiver coragem. E o melhor de tudo, é que a maquiagem borrada não seria só a sua.

Graças a Deus que um dia só tem 24 horas, e todos esses pensamentos serão apagados amanha, pois cada vez que a cabeça encosta no travesseiro, o sono chega com a mensagem de formatação de 100% concluída, e amanha, é sempre um dia de deixar mais um personagem pra trás e se tornar, um pouco mais o que realmente você é.

Quaisquer semelhança encontrada no desabafo, é mera coicidencia... ;)

sábado, 13 de novembro de 2010

Dia Após Dia...

"Quando o céu se cobriu de vermelho, comecei a te esperar... quando céu se cobriu de azul pude ouvir teu respirar...E ao se cobrir de frio um bem-te-vi cantando, nem me viu tentando não chorar...dias iguais, azuis, vemrelhos, frios dias sem paz, espera. Dias iguais, são como um rio correndo pra trás não deságua em nenhum lugar..."




Vocês vão dizer que eu estou louca. Tá certo, eu aceito. Eu sempre soube que era diferente de muitas das minhas amigas em muitos aspectos, mas no final das contas eu nunca liguei, sempre me aceitei por inteiro.

Tenho 25 anos, e sonho como criança. Deixo fantástico mundo de Boby e os biscoitos assassinos no chinelo com a meus sonhos e vontades.
E eu amo as pessoas e a vida.. mas amo de doer, amo de perder o fôlego, amo sendo a risada mais alta, e o choro mais intenso. Amo sendo a decepção que corta a carne, e sangra. Amo sendo a realização que tira os pés do chão e dá frio na barriga.
Eu sei, eu sei que muita gente não aceita, não entende. Mas enquanto eles relutam em perceber que não é uma máscara, eu continuo apenas caminhando sem deixar migalhas pelo caminho, pois a cada passo dado, tenho pelo menos uma certeza: O caminho fica pra trás. Fez parte, deixa suas marcas, mas fica pra trás.
Ás vezes eu queria ser um pouco menos. Vai devagar Cátia, é algo que eu escuto constantemente, e eu não sei se gosto de diminuir a marcha, não se se suporto não sentir o vento batendo nos meus cabelos enquanto eu vivo.
O ano de 2011, como todos os ímpares, vai vir pra me quebrar as pernas.Tenho um bucado de desejos pra realizar nele. E no meio de todos esses desejos tem você.
Você e a sua mania de não entender as minhas piadas. A mania de oferecer ajuda ás pessoas, o jeito de me abraçar apertado quando eu preciso, o jeito de me deixar chorar e ficar com os olhos borrados sem sentir vergonha, o jeito de levantar todo sonolento pra me deixar em casa na madrugada sem ao menos reclamar, o jeito de fazer café gostoso pra mim aos domingos, mexer no meu cabelo enquanto eu tento dormir, a vontade de mudar a vida, a preocupação com os outros, o jeito justo de agir, o jeito de andar que me causa frio na barriga, o gênio difícil que no fundo é mais simples do que imagina. Em 2011 eu desejo você pra mim. Já pedi ao papai noel, já pedi ao coelho da páscoa, á São Cosme, á quem eu pude, eu pedi.
Se não conseguri realizar, não vai ser por falta de desejo, torcida organizada interna, e carinho pra dividir.
Se dia após dia constrói-se uma vida, uma casa, um nome, um mundo, então acredito que dia após dia meu desejo se realize, porque acredito que somos o que há de melhor.
Não quero ser apenas uma lembrança, uma passagem, eu vim pra ficar, eu vim pra ser parte da tua história.

sábado, 6 de novembro de 2010

Sorte ou Azar?

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Hoje descobri porque eu não tenho sorte no jogo. Porque toda vez que eu jogo, eu penso que vou usar o dinheiro pra ajudar muita gente de quem eu gosto. Só de carro, acho que seriam uns 20. Queria retribuir muita coisa boa que já fizeram pra mim. Pagar muitas viagens, viajar e levar muita gente comigo. Mas, segundo minha mãe, jogo é coisa do capeta, então, quando a gente joga, a gente tem que pensar que se eu ganhar, eu vou fazer mal pra fulano, fulano e fulano. Pra poder dar certo. Por isso que eu nunca ganho nada. Do fundo do meu coração que eu queria pensar qualquer coisa do tipo, mas simplesmente não consigo. Ia ser até interessante descer do pedestal e desejar mal pra meia dúzia uma vez na vida! Mas não, esta não seria eu.

Queria ter recebido outro tipo de educação da minha família. Meus valores, minhas crenças, meus objetivos nunca me empurraram pra frente. Sempre fui tão correta com todo mundo, sempre fiz o bem, sempre fui sincera, sempre fui educada, sempre amei demais, sempre agi de boa fé, sempre fui fiel, sempre paguei minhas contas em dia. E o que eu tenho recebido de volta não se parece em nada com o que eu tenho feito. E pior: o que tenho visto é o mal prevalecer. Quem se dá bem são as pessoas que agem de má fé com as outras. São as vagabundas. As interesseiras. Os covardes. Os de alma pequena. Os pobres de espírito. Todo tipo de mal intencionado de plantão.

Quem tem se dado bem é sempre aquele que usa o outro, que engana, que abusa da boa vontade das pessoas. Quem tem se dado bem é quem pega dinheiro emprestado e não paga, quem sai sem pagar a conta, quem usa o “jeitinho brasileiro”. São os políticos corruptos. São os que sonegam impostos. São os que cobram juros abusivos. São os que fazem falsas promessas milagrosas. Os que vendem produtos pra emagrecer que não funcionam. São os que falsificam remédios, bolsas e tênis. São aqueles que usam a força da publicidade pra vender sonhos distantes. Pra vender terreno na lua. São as igrejas que usam o nome de deus pra roubar os pobres fiéis. São os patrões que não pagam os direitos dos empregados. São os maus empregados. São as mulheres interesseiras. São os namorados sem caráter. São os pais que colocam filhos no mundo apenas para serem contemplados com alguma das modalidades de "bolsa vadiagem".

Por isso, queria fazer tudo diferente. Queria ser uma pessoa pior. Queria não chorar quando magôo alguém. Queria não me culpar quando erro. Queria não pedir a Deus todos os dias pra olhar pelos que eu amo, incluindo os que não merecem. Queria ligar o foda-se no talo. Queria que eu quisesse que alguém se fudesse. Mas não desejo mal a ninguém. Não consigo. Queria não acreditar quando a Lya Luft, cabalisticamente, que tudo que a gente faz volta pra gente. Mas eu acredito. Não porque é minha musa intelectual falando, mas porque eu acho mesmo que o que a gente faz volta pra gente. Algumas vezes, volta em dobro. Queria que Newton nunca tivesse inventado a terceira lei pra confirmar meus pensamentos: a toda ação, corresponde uma reação, de igual força e intensidade, em sentido contrário (basicamente, é isso). Mas, mesmo eu acreditando em Newton, Lya Luft, Cabala, ou seja lá o que for, nada de bom tem voltado pra mim ou pra quem quer ser de bem. O bandido tem se saído melhor que o mocinho. O mal ta vencendo o bem. O país, as pessoas, os amores e o orkut só confirmam minha teoria de que bonzinho só se fode. De que eu estou perdendo meu tempo e minha chance de ficar milionária por ser uma cidadã de bem. Hoje, joguei na mega-sena pra tentar a sorte no jogo. Mas, se jogo for coisa do capeta mesmo, vou precisar treinar mais um pouco, e aí é provavél que não ganhe nunca.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Vem, Mas Vem Pra Fazer Estrago!



Odeio descobrir que os sinais estavam sempre ali e eu não havia me dado conta.

Odeio perceber que a importância não é tão grande, e o medo inexistente.

Talvez eu pudesse ter feito muita coisa diferente antes de chegar aqui. No ponto onde eu descubro que castelos feitos de gelo derretem, e que ter os pés no chão não é pra mim!

Eu sempre tive que aguentar os olhares atravessados da grande maioria das pessoas, por correr atrás dos meus sonhos e das coisas que eu considerava realmente importantes. Sempre tive que conviver com a imagem de sem juízo, quando 90% das pessoas não tem idéia do quanto juízo tem aqui no baú da felicidade localizado acima do meu pescoço.

Aos que me avisaram, parabéns, pois que grande bosta é ter os dois pés fincados ao chão. Quem é que vive contabilizando, programando, planejando, e esquece que a vida pode mudar completamente em pequenos instantes?

Pois bem, um dia eu acreditei que amor fosse uma questão de peito aberto e disposição. E talvez eu sabia porquê.

Talvez viver nesse mundo cor de rosa seja fruto dessa minha juventude sem intencionalidades, onde eu procuro respostas redondas pra grande maioria das perguntas, e não consigo viver sem ter o peito apertado diante de tanta falta de tato.

Eu pensei com convicção que sabia tudo e um pouco mais do restante. Nunca admiti a falta de fé, em qualquer que seja a convicção.

E vejam o que esse coração grande me trouxe. Noites de sono mal dormidas em que eu choro sozinha problemas que não são meus. Sofrimento por saber que tenho as mãos atadas e não posso fazer muito pelos outros, ou alfinetando, por nós.

E, quando eu achei que entendia tudo sobre relacionamentos humanos, mais uma vez, feito onda em dia de ressaca, as pessoas vem e me levam tudo aquilo em que eu acreditava.

Tem sido estranho me adptar a esses formatos, com moldes de aceitação, mas esse vaso ruim aqui já quebrou, e como eu já disse aderiu a super bonder e aos materiais reciclavéis.

A dor vai ser grande, mas prorrogar a inexistencia de qualquer pontinha de esperança seria um tiro no pé.

Puxo a mala lá de cima outra vez, seguir o coração continua sendo pra gente corajosa.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Você…

 

 

 

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“Como dois estranhos, cada um na sua estrada, nos encontramos numa esquina, num lugar qualquer…”

 

 

 

Diz baixinho que não vai demorar.
Já disse, não escreva, faça, sem prazos de validade.
O tempo das dúvidas acabou, não me interesso por saber se isso é pra sempre, desde que continue sendo pra já.
Agora é lei, quero você.
Lícito ou não, de imediato é assim, você e eu.
Que eles não aceitam? Sim, eu sei. Felicidade ás vezes incomoda.
Porque vivemos algo diferente, alimentados pela reciprocidade e pelo carinho.
Mas vamos cair no real, o que seria todo o resto perto do que somos nós dois? Será que mais alguém além de nós entende que estamos apenas tentando fazer nossas solidões caminharem juntas enquanto tentamos nos encontrar em nós mesmos?
Pare o mundo, dê teu último suspiro, só nos somos o que há de constante.
Um dia eu achei graça das borboletas que o teu sorriso causa no meu estômago. Não entendi a felicidade instantânea que a tua presença me causa.
Sou 100% impotente nessa história.
Querer aqui não é poder.
Fazer o quê com esse sentimento desenfreado que segue dominando repertórios?
Fomos podados de toda nossa razão. Por nossas certezas de que esse é o momento errado, mas são as pessoas certas?
Cadê você agora para me dizer "relaxa"?
Essa última palavras é algo que já não consigo.
Não pareço ser eu mesma.
Dessa vez eu me preocupo com tamanha intensidade.
Ando querendo me proteger.
Não, ocultar. Essa é a palavra que mais faz sentido agora.
Ocultando sentimentos, enquanto eu oculto a minha vontade se sair gritando teu nome.
Talvez seja tarde. Talvez a data da devolução já tenha encerrado.
Pra quem eu envio a carta de reclames do produto? O manual não inclua nenhum termo de "dependência".
Eu ando cansada dessa tal insegurança e do meu jogo de esconde-esconde.
Mas e aí...
E aí surgem os seus retratos.
Momentos e sonhos tão perfeitamente cabíveis nestes minutos de solidão.
E assim eu me desperso, e quando vejo já é domingo.
Lá vem você...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Amor, Transparência e as Nossas Dúvidas de Sempre...

Parafraseando minha cronista favorita "Uma vida interessante é menos burocrática, mas exige muito mais"

Já fui de esconder tudo o que sentia, e sofri com isso. Hoje não escondo quase nada do que sinto e penso, a não ser que isso venha a trazer sofrimento ao outro, caso único em que eu compactuo com o silêncio. Quando não é assim, prefiro a verdade do que o silêncio que tortura o outro, confunde.

Falar o que se sente muitas vezes é considerado uma fraqueza. Principalmente em se tratando dos homens. E sabem por que? Perde-se o mistério que nos tranveste, e lá estamos nós, absurdamente nus. E muitas vezes não é o tipo de nudez que atrai.

Se a verdade pode ser amarga pra quem fala, é incirvelmente libertadora pra quem a ouve. É a sensação de um vendaval levando embora todas as folhas das nossas dúvidas. É a verdade, nem sempre doce, que se instala.

Para muitos, parece que só conseguiremos manter as pessoas ao nosso lado se elas não souberem de tudo.

Deixar o outro inseguro é uma forma de prendê-lo, pois o deixa amarrado á um emaranhado de pontos de interrogação que criou. É assim que as pessoas sádicamente fazem. E pra conseguirem isso, economizam no "eu te perdoo", "eu te compreendo", "te aceito exatamente como és", e o mais profundo "eu te amo", não aquele dito 50 vezes ao dia, na correria do termino de uma ligação. O eu te amo que significa "Sejas feliz da maneira que você escolher, meu sentimento permanecerá o mesmo"! Como conseguir isso? Fácil! Com clareza, de verdades e intenções.

Ninguém é obrigado a amar alguém, á estar ao lado de alguém, mas todo mundo é obrigado á ser verdadeiro com o sentimento do outro. Libertar uma pessoa pode levar menos de um minuto, o silêncio seria a maior prisão das relações humanas.

A grande verdade é que ninguém quer se machucar. Eu, tu, todos nós queremos intimidade mas evitamos contatos muito íntimos. Não queremos nos machucar mais usamos sapatos, conformismos e mentiras que nos machucam.

Nós, todos, deveríamos experimentar mais essa nudez de vontades, desejos, e expectativas. Deveríamos experimentar mais desse viagra emocional que é o amor, sem fazer dele um grande vilão quando não se perpetua. Deveríamos estar mais abertos ás verdades que nos latejam, nos marcam, nos movem. Dar ouvidos aos nossos desejos mais secretos. Dar vasão aos amores, ás dores, ás expectativas.

Espírito aberto. Caso você não tenha recebido através da genética, desenvolva por sí só.

Viver é demasiadamente libertador. Não deixe de tentar...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

In times like these...

Estamos sempre recomeçando.
Por mais que tracemos milhoes de planos, a gente nunca conta com as pedras do caminho, certo?
Eu não sei vocês mais eu vivo em mundo á parte. Por mais que as pessoas tentem me fazer ser mais realista, eu continuo acreditando nas coisas mais absurdas, e sonhando com as coisas mais infantis. Continuo achando que eu vou ser a vó tatuada que leva as netas pra viajar, costura botões coloridos nas roupas, e faz a melhor comida do mundo.
Continuo achando que sou merecedora, de um dia ter a casa com cerca branca, com o chão repleto de lego, um maridão pra dar colo, e com o amor sincero dos filhos.
Mas ainda estou apenas começando meu caminho. E tropeçar não é fácil, eu sei, mas essas pedras sempre vem pra renovar, fazer a gente recomeçar.
As vezes na hora em que as coisas acontecem a gente esbraveja, nao entende, chora, fica puta da cara com a vida. Questiona nossa própria fé.
Passam-se os dias, e passamos a encarar a vida sob novos moldes. Quando menos se espera lá estamos nós, agradecendo a vida por aquuilo ter acontecido.
É assim com todo mundo. Tá certo que eu tenho o "feio" costume de intensificar, sentir além do necessário, envolver-me além do necessário.
Vocês nunca vao me ver ficar á parte em alguma coisa, eu sempre acabo me metendo, me envolvendo, sentindo e muito, e muitas vezes tomando dores que inclusive não são minhas.
Toda essa intensidade tem sim seu lado ruim, mais torna tudo mais pulsante, mais colorido, mais doce, mais mais mais mais...É não é que no final das contas viver assim é maravilhoso? Eu faço de tudo pelo coração na boca, e a cabeça nas nuvens.
Se eu fosse fazer hoje um balanço dos últimos tempos, voltei pra casa, recomecei, troquei de emprego, terminei um namoro que não me preenchia mais, deixei falsos amigos no passado, deixei as cicatrizes causadas pelo tempo fecharem, viajei, me apaixonei , e descobri coisas que quero pra toda vida. Tá pouco pra vocês?
Ainda não inventaram fórmula melhor pra ser feliz do que tentando. Eu não tenho pressa de chegar ao final, mas respeitando meu tempo eu venho traçando o meu caminho. Terão sorte aqueles que estiverem inclusos nele. Aos que ficarem pelas esquinas da vida, uma boa sorte, e permanecerão nas minhas orações. Aos que ficarem ao meu lado, a certeza de que a parceria aqui é de vida, pra vida. É objeto de colecionador, é pra quem realmente merece...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Miscelânea



"A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre."
José Saramago

Uma vez quando era pequena, vi meu pai chegar em casa em uma sexta feira após o trabalho, cansado, era meu aniversário. Aniversário de 7 anos. Ele pediu uma folha de caderno á minha irmã, pediu ao meu irmao que fizesse um desenho, pois ele desenhava muito bem. Me perguntou o que eu gostaria de ver desenhado, e eu sem titubear pedi á ele que desenhasse o cavalo de fogo. Adorava, me imaginava sendo a princesa que conseguia atravessar um portal para um mundo diferente.
Meu irmão desenhou, meu pai cortou o desenho com pontas quadriculadas, pediu que eu estendesse á mão e me disse com os olhos cheio de lágrima:
"Hoje é o teu aniversário, isso que eu vou colocar na tua mão se chama amor minha filha. Isso que eu vou colocar na tua mão se chama humildade, honestidade. Sei que esperas um presente como teus amigos, mas sei também que um dia você vai ser uma mulher realizada, e entender, que maiores presentes você ganhou do que uma boneca, ou uma roupa. Não temos condição de te dar o que as suas amiguinhas têm, mas muitas delas gostariam de ter o que tens aqui, e isso é uma família."
Meu pai colocou os papéis cortados na minha mão. Era um quebra cabeça, que eles haviam feito, ali, na hora, pro meu aniversário não passar em branco. E eu montei aquilo milhoes de vezes, e hoje quando vejo o tipo de ser humano que me tornei, eu agradeço o presente que ele me deu, e sei que é maior do que qualquer boneca que ele poderia ter me dado.
Muitas vezes eu me magoo porque sei que não correspondo á todas as expectativas que eles depositaram e criaram pra mim, mas gostaria que enxergassem que as coisas que eu quero e considero fonte de felicidade são muito diferentes das demais pessoas.
Quem sabe um dia alguém me entenda. Eu mesma já decidi tentar seguir meus sonhos, mesmo sendo eles ás vezes incompreensíveis pros outros, pois não quero pra mim o desequilíbrio.
Me lembro com uma lucidez incrível do dia em que eu decidi que não queria mais o desequilíbrio. E eu sei que eu estou longe de ser o que sempre fui e muitos sabem o quanto é estranho me ver sendo envolvido por essa nova identidade tão comedida. É algo natural, eu sei e que esses "muitos" me previniram; iria chegar.
Eu só precisava respeitar o meu tempo. Eu respeitei então o tempo, sem querer. A maior e mais resistente de todas as cicatrizes parece agora estar fechada. Estou tão estranha que nem ao menos sei o que sinto me sentindo assim. Assim normal. Eu estou longe de ser o que sempre fui. No entanto ainda percebe-se a permanência dos tradicionais dilemas. Logo, nem toda essência foi perdida. Em segredo então eu agradeço.
O coração continua mole, burro, e guiando 90% das minhas decisões. Talvez seja culpa do horóscopo? Fazes da lua, ou quadrantes das casas planetárias?
Tão comum sonhar mais alto do que se pode crer, certo? E se eu disser que, por mais que alguém ou a vida diga que eu não posso, eu assumo meus planos?
Conjugo os verbos de acordo com as respostas que eu busco. Foi preciso mudar, foi preciso crescer, romper com velhos paradigmas, entender o que me faz sorrir, o que me faz acordar todos os dias e ir com sede ao pote.
Ás vezes gostaria de ser mais comum, de almjear apenas um emprego que me dê um salário maravilhoso e achar que tendo isso terei uma vida maravilhosa. Mas que merda, não consigo me imaginar em tal armadura.
Sim, armadura! Ficar preso á um molde que não o meu, que não o molde que venho criando todos os dias. Que muitas vezes também é feito de aceitação, pois infelizmente ninguem é uma ilha, e como já diria Rousseau para viver em harmonia é necessário abrir mão de uma pequena parcela de liberdade individual em razão do bem coletivo.
Tá tá, to filosofando demais, ninguém deve estar entendendo nada.
Eu gostaria de ter visto menos, e ter sentido menos, de não ter tanto discernimento quando percebi que muitos dos meus sonhos eram realmente fonte dessa nossa juventude. De se achar que se pode mudar o mundo matando a fome de uma criança. De achar que amores, são sempre correspondidos quando verdadeiros. De achar que viver sozinha não traria um pingo de verdade ao meu mundo. De achar que a minha alegria só é inteira quando posso cmpartilhar ela com os outros. De achar que um dia alguém vai entender o que eu quero e sinto, mesmo que esse dia demore. Até lá, não vou adiar a felicidade, mas tenho planos pra mudar os rumos, e o vento sempre soprou ao meu favor.

sábado, 2 de outubro de 2010

Colorindo a vida...


Eu doei medula óssea. E como eu gosto de ser estranha passei mal. Bem legal ficar 3 horas de pernas para o alto até que tua visão volte ao normal e para que tu não saias cambaleando feito uma bêbada. Brincadeiras á parte, é a melhor sensação do mundo.
Não espero aplausos, elogios, nem que me vejam como a Madre Tereza de Calcutá.
Sempre soube que a minha vida só fazia sentido, se eu pudesse ajudar as pessoas. Hoje eu comprovei, é isso que me dá forças pra ir em frente. E a ajuda não tem graus de grandeza, nem lineares nem exponenciais. Cada um pode ajudar da forma que lhe cabe, da forma como a vida lhe permite.
Não há medidas pras coisas boas que fazemos pela vida do outro. Pelos bons ventos que levamos á vida alheia muitas vezes sem nem nos darmos conta.
Cheguei ao Hemosc aqui de Florianópolis bem cedo, e a senhora que me atendeu me perguntou se havia algum problema em a família do receptor me conhecer, pois eles haviam pedido. Sem problema, eu disse.
E aí segue a visão que eu vou carregar comigo até eu morrer de velhice bem caquética:

Me sentei na cadeira pra esperar que fossem buscá-los, e quando a porta abriu, lá vem um menininho, magro, carequinha, vestindo uma bermudona e uma camisa polo como se fosse gente grande, com uma alegria no olho que talvez eu jamais veja novamente na minha vida inteira. Há não ser no dia em que nascerem meus filhos.
Ele veio de bracinho dado com a enfermeira, que me apresentou e ele simplesmente pulou no meu pescoço e me abraçou como se eu fosse o melhor ser humano do mundo (e eu não chego nem um pouco perto disso!). Logo em seguida sentou-se no meu colo, e me deu um desenho.
Abri o desenho e já comecei a chorar feito criança pequena. Uma mulher (eu), um sol bem grande, e as palavras EU TE AMO OBRIGADA em letras descompassadas e mal escritas. Aquelas declarações de criança que não tem forma, conteúdo, mais que são as mais sinceras que se pode ter.
Conversamos durante uns dez minutos, e eu poderia reproduzir cada palavra, cada gesto, tamanha é a repercussão que isso tudo teve dentro de mim.
Me mostrou as marquinhas no braço das injeções da quimio, me contou as histórias das cicatrizes na perna, causadas pela infancia que a doença não vinha conseguindo vencer. Me abraçou umas dez vezes, me beijou o rosto, passou a mão na face várias vezes mexendo nos meus cabelos.
Logo em seguida vieram os pais. Jovens assim como eu, mas com aparência de cansados, o que é absurdamente compreensível, diante da luta do filho.
Me agradeceram, me abraçaram, me disseram palavras que eu vou levar comigo a vida toda.
" Você nao precisava fazer nada disso, não está ganhando nada além de gratidão. Obrigada, te agradecemos, o Pedro te agradecerá a vida inteira pela nova oportunidade de viver, você é um anjo de Deus enviado, não há palavras que descrevam o que você está fazendo pelo nosso filho. Gostaríamos muito que permanecesse na vida dele após isso."

Não me contive e chorei durante quase todo o tempo. CACETA! Era eu, que muitas vezes brigo com a vida pelos motivos mais banais, dando um sentido verdadeiro pra essa minha existencia.
Eu quero isso repetidas vezes. Eu quero não passar em vão esses meus dias que muitas vezes anseiam por um sentido mais abrangente, como se eu definitivamente não pertencesse á realidade que eu vivo.
Eu daria minhas roupas pra quem tem frio num piscar de olhos. Traria gente da rua pra dentro de casa, cuidaria de gente desconhecida, choraria qualquer mazela junto de qualquer pessoa que precisasse de ombro.
Não, tanta intensidade, tanta vontade de ser diferente e de fazer alguma diferença não pode ser em vão.
Deus não pode ter me dado um coração tão grande á toa. Tanta vontade de distribuir, de dividir, de alegrar, de compartilhar, não, não pode ser em vão. Deus não pode ter me dando essa sensibilidade absurda á toa. Eu me comovo com coisas que chegam a ser absurdas. Dia desses estava na casa de um amigo, e na televisão estava passando uma propaganda sobre um programa que passaria entitulado "mitos", e falava sobre um menino elefante. Uma criança totalmente desfigurada de rosto, e quando a camera chega perto dá pra ter a nítida impressão de uma lágrima no olho dele, devo ter chorado uma meia hora. Por culpa de muitas vezes ser tão imbecil ao ponto de ficar magoada comigo mesma por coisas inúteis e sem sentido. Por dar tanto de mim aos que eu amo, e receber boas pedradas em troca.

Ainda não sei ao certo a mudança que essa sensação que eu tive hoje me causou, mas sei que não quero ser igual, não quero passar pela vida sem deixar uma pequena pegada na areia. Eu quero provar todos os dias o gosto de fazer a vida das pessoas mais feliz.

Eu estou aqui, e todo o destino é meu. Não, não vai ser em vão!

Se eu pudesse dar um conselho á vocês eu diria, pintem suas vidas com lápis coloridos todos os dias. Não deixem que o stress do trabalho, da falsidade alheia, do cansaço, do descaso, da falta de fé, deixem as cores da vida de vocês borradas. Porque eu farei o mesmo com a minha a partir de hoje.
Não deixemos que a rotina e a maturidade levem consigo a nossa fé nas mudanças, nossa vontade de ser parte mesmo que pequena dessas mudanças, não deixemos a desilusão causada pelo descaso dos outros cobrirem com cores escuras o desenho da nossa esperança.

Não tenho mais palavras por hoje...e as imagens estão todas aqui, devidamente registradas na minha memória!





sábado, 25 de setembro de 2010

Amo vocês!



Não sei a razão pra eu ter um cartão de memória tão grande, fiquei um final de semana fora de casa e a câmera continuou ali, intacta. A não ser pelas fotos que registraram algumas das bizarrices ocorridas em casa. É engraçado olhar pra trás e lembrar que pra tudo eu precisava de uma câmera fotográfica. Hoje os momentos, os milhares de momentos, os mais simples momentos são tão bem registrados na memória. Na minha e na delas. Como já disse, na memória, no coração, em cada parte do corpo.É surpreendente como eu passei a precisar de só uma coisa pra me sentir bem.Vai ver seja isso o amadurecimento.


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Viver...



"Preste atenção, não abra mão dos próprios sonhos, não tem perdão. Não deixe de sonhar, não deixe de sorrir, pois não vai encontrar quem vá sorrir por ti..."



Como boa sonhadora que sou, a estrada é o meu plano preferido e andar por ela tem sido um hobby por muito, muito tempo. A obrigação do sonho do além passou. Desfruto de bons momentos só meus, de boas histórias 'ao lado' e bons risos em parceria. Mas sonhar tem me custado um tanto de lutas pra não acordar. Impossível.
Tenho pensado aqui comigo no tamanho do meu mundo! ! Eu sempre fui do tipo de amar loucamente, de viver loucamente, de sorrir loucamente... Aos 25 percebo que assim devo permanecer. O loucamente ainda vai me acompanhar, por mais que a maturidade tenha me ensinado que um pouco de dosagem nunca matou ninguém! A realidade é bem vinda, nos bons e maus momentos!


É necessário deixar de sorrir quando se sente que é das lágrimas que aquele momento precisa. Fingir alegria é que é para os fracos. Aceitar nossas derrotas, medos, e dúvidas é o primeiro grande passo da vida adulta.


Aceitar, compartilhar, arrepender, conhecer... o tempo nos revela lições um tanto contraditórias. Não faz mal. Essa é a graça da vida. A gente espera alguém ir embora pra sentir saudades, espera esquentar pra querer o frio, esfriar pra pedir pelo calor...confiamos em quem não merecia, quebramos a cara, colamos cada pequeno caco com super-bonder e lá vamos nós mais uma vez, dando a cara á tapa, colocando o peito no pelotão de frente dessa guerra diária, dessa luta por mais felicidade, mais realização, mais serenidade...mais sinceridade!
Hoje eu vejo que amigos realmente são poucos, muitos passam, mais são realmente poucos os que chegam, conhecem nossos medos e fraquezas, e ficam! Os verdadeiros realmente te dão colo, de perto, de longe, integralmente, como carinho de mãe benzendo o olho com cisco, no sopro do mertiolate que arde!
Sinceridade não é algo que se aprende, é algo que se expõe, que muitas vezes corta, mas provoca apenas feridas cicatrizáveis.


O coração é só um orgão que bate descompassado quando o cérebro faz as pernas bambearem. É um pedacinho bobo da gente, que se perde, que confunde, que bate, e bate, e tem dias que só gostaríamos que ele não batesse descompassado, mas feito algo que cresce mesmo sem alimento ele bate, a gente querendo, gostando, aceitando ou não o motivo das batidas.


Sentimentos são relíquias, que devem ser guardadas a 7 chaves; e somente distribuídos a quem realmente os merece. Risos não. São o cúmulo da verdade. Sabe-se perfeitamente quando são reais. E eu já os vejo assim!
Saudade é o que não se explica. É o que ficou daquilo que não volta, é o que se tem daquilo que se quer. Como sonhar faz parte de mim, a saudade é meu leme, e sempre vai ser o que me guia. É mais verdadeiro que qualquer dos ditos "sentimentos", transborda, ultrapassa...é olhar pra traz e ver todo crescimento, ver a estrada trilhada com passos próprios, é lembrar do cansaço das subidas, da dor nos joelhos que apoiaram o chão durante as quedas, lembrar que muitas vezes as lágrimas impediram de ver perfeitamente o horizonte, assim como muitas vezes o sorriso tornou a caminhada mais amena. Talvez não tenha chego exatamente no caminho traçado, mas é o que eu sempre digo, e daí? A vida nos leva á bifurcações que nos definem como seres humanos, nos marcam, nos cortam, e sangra e cicatriza e vira filme em preto e branco com cheiro de pó em dia de chuva. E a gente sente saudade, e a gente sente dúvida, e tenta imaginar o que faria diferente, sem perceber que nossas escolhas nos definiram, nos talharam, tenham sido elas corretas ou não.
O prazer de ser eu mesma, Cáh, Cátia... me faz sonhar comigo, assim! É rir de mim pela falta de jeito, é acreditar no que ninguém mais acredita, é por a mão no fogo. É sentido, é sonho, é realidade! É pra mim o que passou, o que se faz, o que virá. E nada muda, a gente cresce, e dói eu sei, eu também sinto essa dor. Eu também sinto não fazer parte, mas tem dias que vem a alegria, e é plena, é minha, uma alma que sorri, porque faz a sua parte e isso basta.


E a estrada continua lá, pros dias em que precisar fugir do mundo, fugir dessa confusão que nossas dúvidas, nossas tragédias, nossos sonhos, nossos muros levantados tijolo á tijolo por medo daquilo e daqueles que invadem sem hora marcada.


E assim eu sigo, com mais memórias pro meu baú da felicidade. Com mais beijos, abraços, sorrisos, sonhos, e com uma puta vontade de ver o que tem atrás do próximo monte. E acreditem, eu nunca tive medo da subida, o poeta estava certo quando disse que a vista lá de cima, é espetacular!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Feliz Aniversário...

Hoje é só mais um dia em que números vão nos distanciar. Hoje é dia (oficial) de comemorar a vida por você ter nascido, Softplan por existir e o destino por ser um grande piadista.
Dia de falar o que você precisa “ouvir”. E não me venha com um “Tu estais cega Cátia”! Todo mundo que conhece, sabe! Me encanto e babo (não nego) com o tamanho desse coração, com a tua vontade de acertar, com o sorriso, com a tua dedicação , com a coerência com que ages, com tua vontade de mudar o rumo da tua vida...
Você se tornou referência de amigo, homem, Senso de humor, educação, consideração e cumplicidade.
“Milagre não existe, não menina!” É não que existe? Olha você aí existindo.
Agradeço ao cara lá de cima todos os dias por te ter comigo de alguma forma, mesmo que talvez seja uma forma passageira. Por valer cem anos em alguns meses. Por termos nos encontrado com uma bagagem já tão pesada e podermos trocar ombros, ouvidos, e acima de tudo consideração.
O pedido do “seja pra sempre” é como escovar os dentes. No mínimo três vezes ao dia. Pedido burro de quem sabe que não controla nada nesse jogo, e não tem certeza alguma, apenas da admiração e do carinho que tem, e do quanto é grande e verdadeiro.
De quem que finge querer menos, e levar em banho maria, porque assim a maturidade vem ensinando!
Loucos, ou talvez deslumbrados que no fim de um dos nossos dias, quando o cansaço é grande, quando o descrédito bate no peito, o que temos são breves palavras enroladas num “obrigada por estar aqui” e mãos entrelaçadas pra nunca mais deixar ir embora, pelo menos da lembrança. Você me faz acreditar que eu posso muito, e que qualquer energia/timecontra/malolhado/urubu/faltadepraticadecarro/desastrez/ excessodetrabalho/saudade/choro/drama é pequeno diante de tudo que há de bom.
Hoje tem o desejo sincero do fundo do coração por realizações, por consciência, maturidade, força, felicidade, mas logo logo tem só alegria e abraço forte.
Claudito, aproveite a troca de década. Descubra que durante todos esses anos, tu muito mais ganhaste do que perdeste. De que com o passar dos anos, te tornastes um homem, e talvez um homem que não tenha a exatidão do tamanho que tem...
Nesse aniversário tão diferente dos outros pelo marco que representa , feche a janela do passado e dos erros que cometeu, guarde no coração os acertos e conquistas e vá pra perto das tuas certezas.
Você já sabe o porquê. São certezas...
Adoro-te =*

terça-feira, 7 de setembro de 2010

...Eu valho a pena!

O primeiro erro que alguém pode cometer num relacionamento, é se apaixonar por uma pessoa antes de conhecê-la bem.
A paixão é cega. Faz com que as pessoas comecem a idelizar um outro que não existe. Faz com que as expectativas e a função de nos fazer feliz seja uma responsabilidade inteiramente depositada no outro, e não em nós mesmos.
Essa idealização é o primeiro passo para um relacionamento dar errado.
Quando a realizade é trazida pelo tempo, ninguém da conta de ser tudo que o outro imaginava.
Nenhuma mulher dá conta de ser linda 24 horas por dia. Nenhuma mulher dá conta de ser tão desapegada quanto queriam que fosse. Aí, um certo dia, o cara olha pra você e pergunta: Cadê aquela mulher linda, perfeita e exuberante que eu conheci? Não querido, essa mulher nunca existiu, obviamente talvez tenha existido na tua imaginação.
Esse texto até poderia ser parte de uma auto-biografia premeditada sobre a minha vida. Mas não é. Eu só demonstro ser a mulher que eu realmente sou. Tenho milhões de qualidades, mas não tenho a metade da empolgação pra malhar que já tive um dia e não gosto tanto assim da minha compania quanto eu digo por aí. Sou simples, caseira, cheia de manias estranhas como rir sozinha e ninguém entender nada.
Já se apaixonaram por mim diversas vezes e eu continuo solteira. Cada vez mais, cada dia mais, quero que não se apaixonem por mim, pra não ter que dar conta de expectativas fora da realidade que criam sobre mim. Nem tento. Já vou dizendo logo quem sou, pois meu negócio é a realidade. Não tenho mais idade pra namoros adolescentes ou pra me interessar por viver uma ilusão. Todos que se apaixonaram por mim me fizeram sofrer no final. Queriam que eu fosse alguém que eu não sou pra eu corresponder a uma expectativa que não fui eu que criei.
Eu não pareço, nem de longe, a garota da camiseta molhada da revista. Eu não tenho vocação pra dançar o crew na velocidade cinco. Nunca vou mudar algo em mim pra me encaixar em padrões que não são meus. Nunca vou achar normal traição e meu conceito de traição inclui trocar telefone (ou outro meio de contato) com uma mulher na balada. Nunca vou deixar sozinho quem eu amo. Minhas verdades mudam com o tempo, meus valores não. O que alguém acha de mim não vai determinar quem eu sou. Mesmo assim, não vou discordar quando alguém achar que eu não valho a pena. Eu valho. Eu valho a pena se tentarem me amar ao invés de se apaixonarem por mim. Eu valho a pena se for pra caminhar ao lado, e não atrás. Eu valho a pena se não houverem prazos de validade e falsas idealizações.
Eu já tentei te mostrar tudo isso. Eu permaneço aqui, no exato momento em que eu peço baixinho que alguém esteja me escutando e me deixe não te perder de vista, não te deixar ser apenas mais uma passagem, mais um talvez...
Eu valho a pena, não espere que a vida faça a escolha...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Jazigo de uma Amizade...

Não sei a razão pela qual ainda me surpreende o fato de as pessoas me decepcionarem.
Quando eu digo que dedicação, sangue e parceria vão dobrar a esquina e nunca mais voltar, tem gente que ainda duvida.
Eu abri meu coração, e joguei fora todo teor de ceticismo fruto de experiências anteriores. Para mim, cada nova pessoa é uma porta aberta na vida. Novas histórias, aprendizado constante.
Mas, é definitivo como todo mundo vai te magoar um dia, de alguma forma. Tú só precisas escolher como vais lidar com isso. Eu sempre escolhi a força. Sempre escolhi jamais deixar que as decepções me modificassem na essência.
Muito mais difícil do que abrir o coração, seja pra uma amizade, seja pra um amor, é fechar ele de novo, fechar até que fique tão pequeno que tenha que expulsar a pessoa dali de dentro. E acreditem, a dor é imensa. Ao voltar ao tamanho normal, o coração reclama do espaço vazio e implora que seja preenchido novamente. Seja com uma nova amizade, um novo amor, uma verdade, uma esperança ou ainda um desejo.
Abrir as portas da vida, requer um bocado de coragem, um punhado de fé, e muito amor. Tudo isso bem plantado, faz nascer expectativas, que muitas vezes acabam por não serem regadas, e consequentemente, não há flores, não há fruto.
Não é de hoje, que mesmo sabendo que a grande maioria das pessoas só nos quer na hora boa, que eu aposto minhas fichas nelas. Não é de hoje, que eu não deixo pra amanha. Não é de hoje que minha vida recomeça todos os dias, como uma grande bênção que é , e não pode ser desperdiçada.
E é acreditando no tamanho da minha doação ás pessoas que eu amo, as pessoas que eu quero bem, que eu vou te dizer as últimas palavras ou preces, antes de colocar uma pá de terra sobre tudo que vivemos.
Seria cômico, se não fosse trágico, mas só quem se perdeu fui eu, acreditando que parceria era a nossa, onde bastava saber que tu estavas na minha vida, me bastava, me trazia uma alegria serena de quem carregava consigo uma certeza de jamais andar sozinha.
E que tipo de amizade eu acabei descobrindo ser essa? A-M-I-Z-A-D-E será que tu realmente conheces o tamanho do sentido dessa palavra?
Eu não sou a melhor pessoa do mundo, mas por mais que isso doa, um dia a ferida cicatriza, seca, e a marca apenas prova coragem de ter tentado. Marca a coragem por ter dado espaço pra mais alguém que entrou, e não teve a capacidade de tirar a lama das botas antes de me dar as costas.
Aqui jaz uma amizade. Que se deixou morrer, talvez porque jamais tivesse realmente tido uma vida...Descanse em paz...!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

ABSOLUTA

Calhou que para mim não veio coisa fácil. Desde sempre foi assim na minha vida. Uma sensação de estar só, um sentimento de não ser, frente á frente com um amontoado de gente ao meu redor. Até entender que eu estava mesmo era em minha boa companhia, a melhor eu confesso. Mas ela se ausenta, vez por outra, anda solta por aí, olha ao redor, busca o que ainda não sabe explicar. E assim se seguiu a vida: a me mostrar que eu não iria pela boa e velha estrada. Eu pegaria os atalhos. Às vezes me pego querendo ser como, querendo ser que nem. Mas quando chego perto, descubro um todo mundo tão igual. No desejo de ser e não ser, de ir e não ir, na vontade de ser livre, muitas vezes me perco, tropeço, caio, quando vejo estou de pé. No saber o que é ser livre. Tem hora que eu penso ter medo do que não sei. Depois eu me lembro: o que me dá medo mesmo é ter certeza. Que a minha sede é de vida e eu nasci agora há pouco.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Círculos

Definitivamente não sou um cavalo encilhado, então não esperem que eu vá andar em círculos agora.
Se tem uma coisa que eu detesto, é me enganar com as pessoas. Perder meu tempo, me faz ter gastrite. Já perdi muitas vezes, hoje não perco mais. Perco meu sono e tempo apenas com quem/o que me dá retorno.
E não é que agora eu vá ficar sozinha, mas digamos que mais uma vez foi aberta a temporada de limpeza geral, e a boa nova é SELEÇÃO!
É o momento certo para administrar quem terá o prazer e principalmente potencial para receber os meus cuidados.
E não é marketing, não. Mas se existe algo em que me tornei phd, foi em cuidar dos outros e me esquecer de ser cuidada.
Um breve comercial então...
Eu vou doar pra também receber. Caridade eu estou fazendo pra quem precisa. Não quero mais brincar dessa chatice de preocupação em vão. Parceria então, agora é objeto para colecionador.
Eu estou ouvindo uma cabeça que enfim voltou a funcionar e dormindo em paz outra vez. Todos o peso morto adquirido em anos está à um passo de ser liquidado.
A vida é sim o que a gente quer que ela seja. A Coisas acontecem somente quando damos aberturas á elas. Pessoas entram e saem de acordo com suas atitudes, sejam elas consciêntes, ou não!
Eu te quiz aqui. Por outro lado, sou eu também que decido até onde dou pé.
Minhas experiências de vida me transformaram nisso tudo que podes ver. E não foram poucas. Eu sempre tive a ânsia de ver mais de perto.
Completando, não vou esquecer nada, nem ninguém, mas mudar minhas prioridades vai ser o melhor remédio contra os dias cinzas. E a minha prioridade agora sou eu.
Vou seguir o que dizem e deixar livre. Vou seguir. Livre. Fazendo planos pra minha própria vida. Ou não. Vou simplesmente deixar que as coisas sigam seu curso natural. Livre. Que a vida continue. Que as incertezas passem. Que a paz reine. Que o amor renasça. Que possamos fazer escolhas certas e escolhas erradas. Que a tal liberdade sirva pra isso. Pra nos permitir viver errando, acertando, amando, descobrindo.Eu nunca quero ter certeza de tudo na vida. Acho que amar é isso. Saber dar sem garantias. Sem exigir nada em troca. Arriscar, acreditando que vai dar certo. Sem olhar pra trás e se arrepender porque deu errado ou porque não era bem assim que você planejou. Acho que amar é a incondicionalidade. Não impor condições. Não ter prazo de validade. Não sei nada sobre amar, mas desconfio que não tem nada a ver com certezas.

sábado, 7 de agosto de 2010

Deus?

Hoje de manhã, fui levar meus donativos no Gapa pra ajudar as crianças que adquiriram AIDS na gestação de suas mães, e que foram abandonadas. Nem precisa dizer que saí de lá em prantos e assim permaneci por ininterruptos trinta minutos. Tristeza e esperança. Uma mistura de tristeza com a pobreza do mundo e de esperança por ver que existem pessoas boas. Não consegui ficar lá por muito tempo. Senhoras de idade avançada chegavam com seus maridos levando comida. Varias pessoas chegando e saindo, cada um ajudando como podia. A maioria senhores de idade, classe média. Em seguida, fui almoçar no self-service onde almoço quase todos os sábados. Eu fui uma das últimas a entrar no restaurante que estava encerrando o horário de almoço. Do lado de fora, pude ver dois homens adultos e uma criança de uns oito anos de idade. Todos com vasilhas de plástico nas mãos, esperando o horário do restaurante fechar pra ganhar a comida do dia. Cenas como essa me cortam o coração.É muito fácil acreditar em Deus quando você dorme numa cama queen, anda de carro com ar-condicionado que você conseguiu comprar sozinha com vinte anos e mora num prédio com lavanderia cujo condomínio é maior que o salário de uma família inteira. É muito fácil rezar e agradecer a Deus por tudo que você tem quando você tem tudo que quer. Agora, tente explicar o que é Deus pra alguém que não tem o que comer. Pra quem nasceu comj uma doença porque seus pais não tiveram o mínimo de consciência, e para não arcar com isso, as abandonaram ao léu. Tente explicar como Deus é bom pro menino que nasceu na favela e viu a mãe morrer com um tiro na cabeça. Será que Deus gosta mais de mim do que das pessoas cujas casas foram levadas pela força das águas, por exemplo?? Será que Deus gosta menos daquele pai com a criança na porta do self-service segurando uma vasilha sem comida e esperando sua vez de comer? Será que Deus gosta mais dos filhos da Angelina Jolie do que dos filhos da mulher que dorme embaixo da marquise do meu prédio?Hoje de manhã, olhando praquela miséria toda, aquele amontoado de coisas e trapos jogados na sede do Gapa (colchões velhos, cobertores sujos, roupas usadas) que vão servir pra muita gente que não tem sequer um teto agora, cheguei a falar em voz baixa: Deus, cadê você? E então percebi que o inferno é aqui mesmo, na Terra. E enquanto milhares de boas almas se mobilizam para ajudar como podem, as pessoas agradecem a Deus a ajuda recebida. Chamamos de Deus as bênçãos que recebemos.Talvez Deus exista sim, mas não é o cara que fica escutando nossas orações repetidas em terços, novenas de 900 dias e que comparece à missa todo domingo pra ouvir nossos pedidos. Mais importante que rezar, ir à missa ou subir a escada da catedral do escambau de joelhos é sermos humanos. Tem muita gente que faz promessa pra arrumar namorado e em troca, fica um ano sem comer chocolate. O que ficar um ano sem chocolate vai ajudar o mundo? Isso é pra Deus ou pra cintura de quem fez a promessa? Enquanto cada um estiver voltado pro próprio umbigo, não há Deus que dê conta do mundo. Quando cada um fizer sua parte, ajudar como pode, pensar mais no outro, se doar mais, vamos olhar pro lado todo dia e saber exatamente onde Deus está. Em cada um de nós.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Notifiquem o destino que eu voltei pro jogo. Eu não deixei de acreditar, como era previsto...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Saudades...

Os acontecimentos da minha vida nunca foram simples. Eu bem disse que queria ser Peter Pan.
Fazem quase seis meses que eu tenho certeza que o destino começou a me montar uma baita arapuca. E me pegou.
E sabes que eu me sinto absurdamente confortável nesses novos moldes??
Mudança de emprego, término de relacionamento, reaproximação de velhas amizades, novas amizades, novos rumos, velhos sonhos, novos sonhos...
Hoje eu me peguei pensando nessas mudanças repentinas, no fato de que talvez eu tenha desejado cada uma delas, mesmo que inconscientemente. Hoje eu me peguei rindo sozinha (tá tá isso é bem comum). Hoje eu me dei conta que, mesmo dando vez ao cansaço, não há qualquer motivo pra nao estar feliz.
Hoje eu me permiti não negar a atual realidade que todas essas mudanças proporcionaram, por mais que algumas delas tenham sido difíceis.
Hoje eu me peguei me permitindo sentir saudades de te ver, mesmo que de longe. Hoje eu senti saudades até dos momentos que ainda nem tive. Hoje eu senti saudades de me sentir perdida diante de tantas certezas desconexas, de tantas sensações e vontades. Hoje eu me dei conta do quão reais são as minhas certezas. Hoje eu queimei a língua por perceber que eu não engano nem a mim mesma quando digo que sei viver com os pézinhos no chão.
Hoje tem uma frase martelando na minha cabeça que eu li em algum lugar:
"Nunca ignore seu sexto sentido. Lá na frente - ainda que demore anos - você vai ver que ele estava certo."
E graças a Deus eu jamais ignoro o que ele me diz. E ainda bem que eu não ignoro aquilo que eu sinto. E agradeças tu também por eu agir assim.
Todas essas mudanças resultaram nisso que temos hoje. Nisso que estamos começando de alguma forma hoje.
A gente percebe a diferença na nossa história em relação a tudo que existe. A gente constroe juntos essa nossa estrutura de base forte. É respeito, é amizade, são ouvidos, confiança e antes de tudo esse carinho mútuo. Eu poderia ter deixado de acreditar. O mundo talvez tivesse tentado me fazer desistir das pessoas. E então "eu" te encontro, me epaixono, crio metas e sorrio a cada segundo em que lembro-me que te tenho na minha vida "de alguma forma". Tu que chegastes pra me trazer uma serenidade que eu não tenho, me trazer novas expectativas, e me trazer a certeza de que ainda existem pessoas maravilhosas por aí.
É o resultado de um coração agora completo e sossegado.
Certa vez eu duvidei de relacionamentos assim. Onde se agradece pelo encontro, e se aproveita cada momento junto, por não saber o que serão dos momentos seguintes, mas isso é secundário na escala de importância.
Melhor eu fechar minha boca da próxima vez. Fechar olhos, boca e te beijar para sentir mais uma vez o mesmo arrepio sentido da primeira vez. A tendência é essa! Permanece a magia e alcançamos a maturidade. Eu e tu, sendo os únicos a saberem bem tudo o que se passa aqui.

Saudades demais já...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Chico já dizia...


"O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum...
É amar mais ou menos, sonhar mais ou menos,
Ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos,
Ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos."

sábado, 24 de julho de 2010

Cáh By Sabrina



Cáh é por toda a parte. Todos os pontos cardeais. Os famosos Norte, Sul, Leste e Oeste. Os esquecidos Nordeste, Sudeste, Noroeste e Sudoeste.
Cáh é em todas as direções.
Conheço a Cáh há muito tempo, mas nunca da maneira que a conheço agora.
Cáh é antena, de tudo sabe, de tudo dá notícia.
Tem uma memória invejável e lembra de frases ditas há anos.
É clássica e ao mesmo tempo moderna. O begezinho em sua nova versão rock e tatuagem.
Queria ser independente virou advogada. Queria se renovar virou gloss.
Queria ser luz, e virou luz. Luz, reflexo, projeção...
Ao mesmo tempo foco, e um ponto de referência.
Ela e eu temos pontos em comum(Além de amarmos as palavras). Ambas extremamente sinceras, sonhadoras e com a crueldade adormecida.
Trocaríamos todas as dores do mundo pela compania uma da outra, e uma bebedeira culta. Ou por um bom show de rock ou sertanejo. Somos assim também, como água e vinho.
Ela esconde as tristezas e eu faço música com o sofrimento. Ela escreve as letras mais lindas. Eu traço a melodia.
Mas somos inseparáveis. A distância não conseguiu diminuir em nada nossa dependencia uma da outra.
E não mexam com ela. Ela é uma alternativa levemente radical aos demais tipos de moças que existem na sociedade. Tem aquele bom humor que desarma, e uma vontade gigante de engolir o mundo.
É a melhor parceira de viagem que qualquer pessoa pode ter. E viagem não apenas inter-minicipais, Inter-estaduais ou ao exterior. Viagens diárias. Parceira de vida. Pra vida.
Já briguei com ela uma vez aos 12 anos. Um Bis roubado é sempre um Bis roubado. Mas somos 100% adeptas do bom mocismo. Apesar de estarmos de saco cheio de tudo isso.
Estamos aprendendo a dizer não. Muito disso ela me ensinou. (Apesar de ela nunca ter me dito não).
Vive dizendo que eu sou impossível e tenho o coração mole. EU????
O que importa é que Cáh é www. É portal do conteúdo. Como o "outro" diria: uma mulher do futuro. Sem direito a bumbum eletrônico e neurônios plastificados (alguém confere?).
Tudo em sua mente está em constante movimento.
Cáh é alta velocidade de conexão.
Cheia de vontades, padrões e romantismos camuflados por ela mesma.
Quem conhece, logo se encanta.
Eu, mais do que ninguém, sei como eu gosto dela. E acho muito engraçado seu jeito de dizer que não está nem aí para alguma coisa ou alguém, achando que vai me convencer.
Na verdade, Cáh é uma das pessoas mais divertidas que eu conheço. É meu livro de auto-ajuda. Meu convite pra me lembrar quem eu sou. Sem meias palavras ou personagens.
Fiquei imaginando o que Cáh seria se não fosse Cátia (Adoro pensar essas coisas....)
Imaginei Cáh como cantora, aeromoça de vôo internacional, integrante de reality show...
Imaginei Cáh sendo cafona (...) Tentava focar mentalmente ela vestida naqueles shortinhos e camisolões com tucanos e araras, sentada numa cadeira de plástico velha, emoldurada por um pôster da seleção brasileira de 90, com Lazaroni em destaque.
Impossível imaginar tal cena...
Impossível imaginar Cáh sem ser Cátia.
Ela é o que é.
E mesmo que não fosse Cátia, continuaria sendo um arraso.
Mas para que inverter o perfeito? Subverter o que já é ideal?
Daí esse texto. Catita como ela é.
Essa Cáh múltipla, indesfigurável, íntegra.
Doce Ironia: Cátia é tantas, em tantas formas e lugares, com tantas idéias e talentos, tantas vontades, que ela é uma só.
Indivisível, isso por mais que a ciência evolua.
Duvido que alguém invente uma forma de fragmentar Cáh. (Embora alguns integrantes do sexo masculino já tenham se aventurado....)
Desmaterializá-la é impensável. Seja porque não produzirá efeito algum (algo como "aborted mission), ou porque cada partícula jamais encontrará seu lugar exato, seu equilíbrio, sua composição correta, seus paradoxos, idiossincrasias,contrastes, choques eltétricos de brilhos e contradições. Enfim, nunca se recomporá igual ao que era quando chegar do outro lado.
O que eu tentei dizer é que Cáhs não se fazem todos os dias. E é por isso que te admiro e te agradeço por ser minha amiga há mais de 15 anos. Nada teria tanta graça sem você. Minha bolsa de mão anda vazia de vida quando não te carrego ao meu lado. Que los Angeles fica mais fria, mais escura, toda vez que eu lembro que um pedaço meu ficou aí no Brasil. O que eu quis dizer com quase um mês de atraso (tu sabes bem dos motivos), é que no dia em que tu fazes aniversário quem agradece a Deus por ti, somos nós. Tú és um presente na vida de todos aqueles que tu tocas. Te agradeço todos os dias por ter aberto meus olhos quanto ás chances que eu estava deixando passar de fazer aquilo que mais me completa por medo. Te agradeço por me dar força todas as vezes que eu pensei em arrumar as malas e desistir. Te agradeço pelos brigadeiros, pelas bebedeiras, pelos conselhos, pelos textos, pelas letras que deram vida á minha música, te agradeço por todas as vezes em que me mostrasse o lado bom da vida.

O que eu te desejo, não tem preço. Se eu disser que te desejo o mundo ainda seria pouco. Então eu te desejo um infinito de possibilidades. Te desejo acima de tudo que nunca mudes. Nunca endureças. Nunca percas a fé no outro, na vida, no amor (...)


Eu tô aqui, e tu estais aí. Mas isso não muda nada. A gente sabe. A gente sente. A gente caminha acompanhada sempre do lado do coração que a outra carrega.


Te amo! Esse texto é dedicado á tudo que tu me representas.


Sabrina Saturi - Los Angeles 24/07/2010
(A foto vai te fazer chorar tenho certeza!)


terça-feira, 20 de julho de 2010

(...)

Minha vela queima dos dois lados. Não ficará acesa a noite toda.
Mas ah, meus amigos! Mas ah, meus inimigos! É de uma luz maravilhosa"
Clarice Lispector
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Uma vez eu disse aqui, que na minha certidão de nascimento deveria vir escrito OZ, lembram?
Pois é, mesmo assim, tem hora que até eu fico meio puta. Dá vontade de chutar o balde e dançar conforme a música. Mas o surto dura poucos segundos e logo volto ao meu estado normal.
Tudo que eu vivo, só me leva á conclusão de que o mundo não combina comigo. Por mais adolescente que possa soar pra quem lê, pra mim só isso faz algum sentido, isso ou ter nascido em OZ.
Talvez eu tenha estagnado no tempo pelo fato de que sendo criança eu era maior que tudo.
E o pior é, que eu detesto ter certeza que não me contextualizei com o fato de que a modernidade exige que se cegue os sentimentos.
E acredite quando eu digo, que dessa forma tristezas e alegrias viriam apenas em doses homeopáticas.
E sabe do que mais? Que se danem os meus testes psicológicos! Eu vou estar na casa dos 60 com os mesmos fortes traços de infantilidade, desenhando botões coloridos em blusas e me sentindo insegura diante de um mundo em que sou uma estranha. E tu estarás como?
Queres a previsibilidade agora por que? Como se vive calculando os próximos passos? Quem tem certeza do que vai dar certo na vida? Te sentes culpado do que?
Se eu pegar o calendário agora e voltar dois meses...A fruta amadureceu rápido, não é?
Por mais que bananas não possuam orelhas para serem puxadas, essa espécie frutífera aprende numa rapidez impressionante. Aquilo que convém, CLARO.
Nem tudo mudou. E o que permaneceu, continua aqui, com placa fortemente fincada de protegido pelo IBAMA.
Eu arrisco mesmo, me envolvo e te dou chances de me fazer feliz.
Carente são vocês que ficam aí sozinhos por receio do tombo. Solidão é opção. E eu não falo só de amor, por mais que considere ele elemento chave do brilho todo. Eu vejo além e ainda percebo a ausência de paz aí nesse coração.
És viúvo? Tá com tuberculose? Tua casa de praia pegou fogo? A vovó rifou tua bicicleta? Então por favor, larga mão de ser comedido e deixa o sol entrar.
Aqui e aí, também dentro de ti e de mim.
Se o começo de tudo foi um caos e tu te sentes sem paz, vai a luta, eu posso te ajudar a preparar um final perfeito.
E volte ainda mais o calendário..
Eu fui capaz de aprender a valorizar em um ano.
Percebi que não sei viver longe de minha mãe e que meu sistema imunológico é baixíssimo.
Percebi que minha família significa tudo e que o meu quarto é o melhor lugar do mundo.
Percebi que tudo vale a pena pelo amor principalmente quando esse amor se chama amor próprio.
Percebi que eu mereço muito mais do que dinheiro na minha vida profissional.
Eu dei sentido para esses 25 anos de existência.
Eu fui, voltei, fiz planos, coloquei-os em prática, desisti e me sinto ainda mais forte.Eu não quero que faças o mesmo.
Eu não faria o mesmo.
Não outra vez.
Eu não sou exemplo pra ninguém, mas como boa professora eu tenho planos de te ensinar a não adiar a felicidade.
Faça as malas, meu signo mudou...