Tá certo que os últimos dois meses foram uma barra. Perder pessoas que a gente ama nunca é fácil, concordam? Perceber que alguns ideais já se cansam ao tentarem permanecer intocáveis diante de tanta falta de realidade, também não é moleza, certo? Dar vez a realidade frente ás expectativas, nem sempre desce fácil pela garganta…
Pois é, quedas a parte, minha sorte definitivamente é que meus ossos não são feitos de vidro, caso contrário jamais conseguiria suportar os baques da vida.
Pelo menos foi desse meu jeito atípico que camuflei as esperas e dores mais longas e cruéis da minha vida. Vai ver foi esse o meu mecanismo utilizado para que tudo doesse menos e por menos tempo. Pra manter ainda disposto o coração.
O que de fato perturba é ter ainda a sensibilidade de uma criança. E o pior, junto de uma bagagem e a visão real do que é o mundo hoje.
Com 25 anos eu acho horrível o meu discernimento. E não sei ainda e o difícil é crescer ou compreeender.
Então eu prefiro ficar assim, a banalizar o que pra mim não é aceitável.
Recuso-me a acreditar que os homens são todos iguais, que os sonhos tem preços, que as pessoas tem preços e que passar por cima dos outros seja tão fácil pra 90% das pessoas.
Que se danem os meus testes psicológicos! Eu vou estar na casa dos 60 com os mesmos fortes traços de infantilidade, desenhando botões coloridos em blusas e me sentindo insegura diante de um mundo em que sou uma estranha.
E que a vida me permita permanecer estranha em um mundo que se tornou tão estranho…
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