domingo, 28 de agosto de 2011

Saudades

Eu sinto saudade dos planos utópicos, de dar sem receber, de receber sem nem ao menos merecer.
Das cartas apaixonadas, recheados de exagero. Dos sonhos minimalistas, com casa de cerquinha branca. De se ter um referencial, de me apaixonar sem conseguir medir. Da convicção no amor.
Saudade de acreditar que em 2 pode-se mudar o mundo. De travesseiros molhados por insegurança e medos da perda. De ser aquela mulherzinha clássica, de me alimentar de alguém.
Saudade do fogo e dos ciúmes. Da auto suficiência que se existe quando se está apaixonado. Saudade de querer criar dialetos quando "eu te amo" torna-se pouco e comum demais. De questionar se o meu muito, não está sendo pouco. Da fé em algumas instituições.
De crer piamente que posso encarar guerras e forcas por alguém que não seja eu.
Saudade de desconhecer o fato de que realmente sei andar sozinha. De depositar todas as certezas e sentidos da vida em outro. De não pensar primeiramente em mim. Saudade de um dos lados que desapareceu.
Saudade de quando eu acreditava que tudo podia ser pra sempre.

Saudade da inocência que se foi com o passar dos anos.
Saudade de alcançar as estrelas...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Saúde

 

 

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“Quero mais, saúde. Me cansei de mudar de opinião..sobre como ter um mundo melhor.

(…)Mas ninguém sai de cima desse chove não molha, só sei que agora, eu vou é cuidar mais de mim…”

 

 

 

 

Saúde. Palavrinha Mágica de 5 letras que abre portas.

Perca a sua e descubra a quantidade enorme (ironia) de amigos reais que tu tens.

Descubra que aquela menina que te fazia compania nas festas, só quer a sua compania nas festas.

Descubra que o amigo, considerado mais importante de todos, contenta-se com uma mensagem e uma tentativa de ligação e diz: “seu cel estava desligado”! Ah ops, sim, ele tem o telefone da sua casa. E sim, quando se trata de saber que as pessoas se preocupam, não ligamos se somos incomodados.

Por outro lado…descubra pessoas que jamais imaginava te darem tamanho valor. Descubra o REAL significado da palavra COMPANHEIRISMO. É a pessoa que te leva ao hospital, fica com você o dia INTEIRO lá, briga com as enfermeiras por sua causa. É a pessoa que só vai embora no sábado quando você dorme. É a pessoa que volta no domingo, e não liga se esta um tremendo sol lá fora, e fica ali te fazendo compania. É a pessoa que vai embora pra tomar banho e jantar, e volta só pra te trazer algo gostoso pra comer.

Eu acho que a vida de alguém que fica doente, passa por um divisor de águas nessas horas.

Tem uma pessoa na minha vida, que há alguns meses atrás eu correria o telefone alucinada pra atender, ou ficaria com o telefone na mão esperando ligar.

Essa mesma pessoa, não sabe disso, mas perdeu esse lugar há meses atras num divisor desses.

Meu pai esteve doente, e eu estive sozinha lá…quando a talvez única pessoa esperada ao meu lado era essa. No dia eu acreditava haverem motivos. Dois dias depois isso caiu por terra junto com 50% da minha “devoção” e “admiração pessoal”…

Vocês estão vendo?

São estes momentos mais graves, onde verdadeiramente enxergamos as pessoas sem a famosa LENTE DE AUMENTO.

É como a teoria Freudiana do suco de laranja. Uma vez que se sinta o gosto de um suco feito com laranjas estragadas, toda a memória afetiva do suco feito pela mãe, que trazia sensação de proteção é permanentemente apagada. Trocada pela nova sensação.

Assim são as imagens das pessoas durante momentos divisores de águas.

Nossa memória afetiva, grava as novas sensações geradas por cada uma delas.

E eu comprovei isso.

E Deus me deu a possibilidade de sair inteira, e saudável pra tentar novamente, mas desta vez, perto das minhas verdades. Pois como eu já repeti pra alguém certa vez, elas são isso, verdades…!

domingo, 14 de agosto de 2011

Recomeços…

 

 

 

 

 

Faz quatro meses que a unica pessoa que me faz efetivamente feliz é aquela que eu vejo no espelho todos os dias.

Coração tranquilo, sereno.

Nada de amores, nada de prepocupação, noites mal dormidas ou sonhos desconexos.

Embora a rádio corredor tenha me apontado como ficou com fulano ou ciclano, minha prioridade tem sido minha saúde a muito tempo, e nao homens…

Hoje, me sinto PLENAMENTE feliz…

E obrigada a DEUS por isso…

Tirando a saudade da Dona Estelita, que me visita as vezes e traz um pouco de tristeza, a vida está ficando do jeito que eu quero.

A mulher que está aqui hoje, conseguiu esquecer e ir em frente, a mulher que está aqui hoje, percebeu a sutil diferença entre construir uma casa com ou sem fundação…

BASE.

Palavrinha simples, mas que a gente deixa escapar por entrelinhas, e só se dá conta quando tudo desmorona..

Estou construindo a minha em cima de um solo preparado, e de forma correta desta vez..

Sem precipitções, precipícios, ou o que quer que seja.

Tu estais se perguntando se é uma metáfora,  e efetivamente é…

Simplesmente SINTA..sinta teus pés tocando no chão. Sinta a estabilidade e o reprise de uma história que se dá em círculos.

Falta coragem pra não cair em repetição…

Falta direção…

Falta alguma coisa, que eu sei bem o que é, e talvez só te toques lá na frente..

Então eu repito: SINTA!

sábado, 30 de julho de 2011

Felicidade…

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Felicidade é a gente que faz já diria o poeta, certo?

E eu faço a minha…quem conhece sabe, sinto tudo com uma intensidade infinitamente maior. Quando eu gosto, GOSTO, cuido, trago pra perto de mim. Quando não gosto, me engasga a alma, me dá nó na garganta.

Não sou muito de lamentação, sou de sentir a dor, limpar a poeira, chorar as lágrimas, vestir um sorriso novo e encarar a vida.

Já deixei muita coisa de lado em razão de felicidades que não eram minhas. Hoje não deixo mais.

Já descuidei de mim pra cuidar dos outros. Hoje, não deixo mais.

Já achei que tinha encontrado o grande amor da minha vida. O sentimento mais calmo e sereno que se pode sentir. E descobri que havia colocado a pessoa em um pedestal alto demais. Descobri que havia fechado os olhos pra todos os sinais que a vida, e MUITAS pessoas haviam tentado me mostrar.

Já me doei, doei medula, doei sangue, doei tempo, coração e suor.

Já fui de muitos amigos. Hoje sou de muitos colegas e companheiros e de poucos amigos. E desconfio que quanto mais o tempo passa, menor ainda é a quantidade de pessoas que estão no seleto grupo de amigos, e Obrigada Deus por isso, QUALIDADE.

Sou de família, uma família cheia de defeitos, mas MINHA. Os meus pontos de apoio. Meus presentes de Deus.

Sou pra levar junto, pra viver junto, pra desfrutar, pra sugar, pra crescer. Sou o tipo de pessoa que não se encontra fácil por aí. Sou o tipo errado de pessoa certa. Sou sorriso, MUITO sorriso.

Sou viagens, mochilões, sou liberdade e compania.

Os anos passam, a maturidade aumenta com o número de velinhas do bolo a cada ano. O que não muda é a ideologia em coisas que façam sentido.

Eu tenho planos de não adiar a felicidade…

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Cristais

A vida deveria ser menos brusca as vezes.

Recentemente quebrou-se um dos meus cristais mais límpidos.

Aquele que a gente quer carregar junto a vida toda, e a cada mudança embala com todo cuidado pra nao se quebrar, coloca plástico bolha, jornal, carrega com a maior das precauções.

Bom, ele foi atingido em cheio por uma larga dose de realidade, e ela dura né?

Quebrou-se. Quebrou-se e não há cola no mundo que concerte.

Meu cristal voltou a ser um desses vasos comuns, meio tortos, meio mal colados. Daqueles que a gente insiste em guardar sabendo que já não presta, ocupa espaço, e jamais sera bonito como antes.

Meu cristal, ali onde eu pus, me traz lágrimas aos olhos pois um dia já achei que ele iria comigo pra toda uma vida.

Mas, seres inanimados também tem energias. E ele sempre tentou me mostrar que era isso, um cristal, claro porém frio, manuseável sempre com cuidado, á distancia.

Eu me enganei e achei que poderia sim, cuidar dele de forma correta. Durante algum tempo tirei o pó todos os dias, mudei de posição, coloquei flores dentro, e tentei dar a ele a vida que eu ansiava que ele tivesse.

Quebrou-se, e talvez nunca tenha estado realmente inteiro.

Quebrou-se e mais uma vez provou que na vida, pequenos choques mudam rumos, mudam feições, mudam destinos.

Nas lembranças, ficarão apenas as imagens de quando ele estava brilhando, pois não quero carregar comigo a imagem de vê-lo aos cacos.

Vou em frente, nenhum baque me mata ou derruba… não “sou deus” como ja me disseram pensar, mas sei a hora de juntar os meus cacos e jogá-los fora.

Metáforas…ah! as metáforas…

sexta-feira, 22 de julho de 2011

EMPATIA

Definitivamente, a pior coisa que alguem pode fazer quando o outro está passando por uma má fase, é errar ao tentar utilizar a boa e famosa EMPATIA.

Colocar-se no lugar do outro, necessita que saibamos enxergar com os olhos dele.

Não adianta colocar-se ali e tirar nossas conclusoes diante das nossas próprias sensações.

Não utilize palavras rudes se elas funcionariam com voce.

Não tente proteger pois voce gostaria de ser protegido.

Quando alguém passa por uma fase ruim, a pessoa adota suas próprias posições de forma a lidar com aquilo da melhor maneira possível. Ela monta sua própria tática pra driblar aquilo.

Por isso, vista a carapuça desse texto sim, e aprenda que cada um sabe aonde algo lhe dói, e cada um escolhe como lidará.

Amigos aprendem a assistir e apoiar mesmo quando o outro toma decisões erradas.

Livre arbitrio.

Compreenção, se você não herdou geneticamente, desenvolva por sí só.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Histórias de vida…

 

Toda história tem dois lados, e este é o meu:

 

Precisavam de novas direções. O encontro que talvez tenha causado mudanças repentinas e bruscas em ambas as vidas, o encontro que deixara cicatrizes e marcas de esperança na alma, ia assim chegando ao fim.

Não por mágoa, soberba, ou falta de fé na proporção incrível que aquilo tomara.

Não por falta de fé. Nunca admitiram os incrédulos.

Era hora, e bastava. Como todo livro que vira best seller, este também era composto por começo, meio e fim. Não havia mais espaço para os tres pontos no final.

Uma vírgula? Quem sabe uma pequena pausa?

Ela se apegou como criança em loja de doces de que seria isso. Porém, errara. E não demorou muito até perceber que havia voltado a enxergar a realidade. Havia entendido o real significado e importancia daquilo tudo.

E por mais que todas as pessoas tivessem razão, ela não aceitava nenhuma das pequenas verdades, pois ela havia vivido aquilo que considerava real.

Foram-se os questionamentos ralo a baixo junto com a água que cobria o seu rosto enquanto lavava o corpo e a alma pra tirar qualquer resquício daquele capítulo.

Ela não deixou de acreditar em Deus, ela não abaixou a cabeça para o amor.

Ela sabe que no fundo, a alma sente e a boca cala.

Ela preveu o futuro do pretérito que o assolaria, em 20 dias, 5 anos, 40 anos…

Ela havia entendido. Não apenas aceitado porém aprendido.

Tomou um banho, maquiou-se, vestiu seu melhor vestido e seu melhor sorriso. E sorriu, como sempre, sorriu.

E, pra sua surpresa, o mundo sorriu de volta.

E agora?

Página em branco, capítulo novo, prefácio antigo.

Porque nem toda essencia foi perdida. No silência então ela (eu) agradeceu… e ainda agradece Smiley piscando

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Recolher-se

Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. Amar era tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico. Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta. Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga alheados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambigüidade e mutação, este silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos."

 

Lya Luft

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Não é Fácil…

Tá certo que os últimos dois meses foram uma barra. Perder pessoas que a gente ama nunca é fácil, concordam? Perceber que alguns ideais já se cansam ao tentarem permanecer intocáveis diante de tanta falta de realidade, também não é moleza, certo? Dar vez a realidade frente ás expectativas, nem sempre desce fácil pela garganta…

Pois é, quedas a parte, minha sorte definitivamente é que meus ossos não são feitos de vidro, caso contrário jamais conseguiria suportar os baques da vida.

Pelo menos foi desse meu jeito atípico que camuflei as esperas e dores mais longas e cruéis da minha vida. Vai ver foi esse o meu mecanismo utilizado para que tudo doesse menos e por menos tempo. Pra manter ainda disposto o coração.

O que de fato perturba é ter ainda a sensibilidade de uma criança. E o pior, junto de uma bagagem e a visão real do que é o mundo hoje.

Com 25 anos eu acho horrível o meu discernimento. E não sei ainda e o difícil é crescer ou compreeender.
Então eu prefiro ficar assim, a banalizar o que pra mim não é aceitável.

Recuso-me a acreditar que os homens são todos iguais, que os sonhos tem preços, que as pessoas tem preços e que passar por cima dos outros seja tão fácil pra 90% das pessoas.


Que se danem os meus testes psicológicos! Eu vou estar na casa dos 60 com os mesmos fortes traços de infantilidade, desenhando botões coloridos em blusas e me sentindo insegura diante de um mundo em que sou uma estranha.
E que a vida me permita permanecer estranha em um mundo que se tornou tão estranho…

domingo, 29 de maio de 2011

Obrigada…

Dizer que durante esse tempo todo conseguia ver, mesmo que só o brilhinho, daquela tal luz no final do túnel seria uma mentira. Eu reconhecia o exagero do momento,  mas não via outro ângulo para a felicidade que não fosse aquele.
Até porque era realmente sensacional a cena vista daquele cume alto que eu havia criado. Com um pouco de esperança e zero realismo, cria-se de tudo.
No meu caso, montanhas de gelo que derretem com o passar dos meses. Até que tu sintas os dois pés tocando o chão.
O chão que é tão banal e que todos falam com tanto orgulho: "Enfim, fixei meus pés no chão!" Pois que grande bosta é pisar aqui. Eu prefiro as brasas, ou o gelo que seja.
Doeu demais chegar até esse fim da linha. E por mais que eu jé respire normalmente e a maioria dos nós na garganta já tenham se desamarrado, não sei se gosto do que vejo. Eu estou me adaptando! O coração anda batendo no mesmo ritmo há dias. E talvez eu precise mudar meu nome. É atí­pico demais não me ver lutando, rindo sozinha ou chorando pelos cantos. O tempo simplesmente passa. O passado já não incomoda mais e nem o futuro causa dor no estômago. Não confundo nomes. Não deixo de comprar meu doce preferido, para comprar o outro que agrada. Todos os compromissos na agenda se referem apenas a mim. Eu puxo apenas a metade da colcha todos os dias e só tenho comprado esmaltes escuros. Agora eu preciso de concentração para lembrar os porquês.
Eu estou longe de ser quem eu sempre fui. Em um momento lúcido, imune dos meus grandes dramas. Vivendo paixões regradas e relações aparentemente saudáveis. Sem beijos que ardem e sem brigas que ferem.
Eu estou longe de ser o que sempre fui e muitos sabem o quanto é estranho me ver sendo envolvida por essa nova identidade tão comedida. É algo natural, eu sei e que esses "muitos" me previniram; iria chegar. Eu só precisava respeitar o meu tempo. Eu respeitei então o tempo, sem querer. A maior e mais resistente de todas as cicatrizes parece agora estar fechada. Estou tão estranha que nem ao menos sei o que sinto me sentindo assim. Assim normal.
Eu estou longe de ser o que sempre fui. No entanto ainda percebe-se a permanência dos tradicionais dilemas. Logo, nem toda essência foi perdida.
Em segredo então eu agradeço.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

… É tudo uma questão de tempo…

Como aquele adesivo já antigo, que consegue manter-se fixo ainda, com alguma dificuldade.
É assim que defino essa relação.
Nessas alturas já não sei a quem cabe melhor a função de papel em branco.
É só uma questão de momento.
Mutualismo. 3:20 a.m.
Mesmo em vão, houve a tentativa de dar vida a essa folha vazia.
Tem orgulhos e oscilações. Mas ainda entendimento e rendição.
Com certa dificuldade em admitir sabemos que nos alcançamos.
Talvez seja agora a hora em que falo de todas as crises e falhas.
Aproveito a oportunidade para explicar, alfinetando.
Não.
Já não há necessidade.
Porque sobrou carinho, porque o ego eleva-se ao saber que o carinho faz diferença.
IN-TER-DE-PEN-DÊN-CI-A
Percebes o erro aqui? O "i" e o "a", não se separam. Aqui.
E volto a dizer, é só uma questão de momento.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Milagres…

Sou das pessoas que acreditam nas coisas positivas. Sem elas eu não conseguiria viver. Não ia querer ficar numa festa, por exemplo, onde a alegria não chegou.  Se eu ficasse amarga com tudo que me acontecesse de ruim, eu iria contaminar minha casa, minha família, meu ambiente de trabalho, meus amigos e acredito que um pouquinho do mundo.

Por que sou importante? Não. Mas porque cada um de nós apresenta um elo, uma posição nas relações sociais que ocupamos, e acabamos por contagiar tudo a nossa volta, mesmo que muitas vezes inconscientemente.

Eu, apesar de tantas realidades que me provocam indignação e dor, ainda acredito que a vida vale muito a pena, que as pessoas querem ser boas, e mais: que felicidade existe, num desejo de reciprocidade, e na exata compreensão da palavra respeito.

Roubalheiras e falta de caráter em um canto? No outro com certeza há muita vontade de ajudar. É nesse quebra cabeça maluco, com peças encaixadas com esperança que eu insisto em acreditar.

Não em cartolas de mágicos que vão tirar lá de dentro pessoas mais amorosas, saúde, emprego, igualdade…Mas em perspectivas de dias melhores pra todos aquele que eu amo de uma maneira geral.

Talvez eu ainda acredite em Milagres, mas se a gente der um passo real em direção ao bem terá valido a pena acreditar: Em você, no outro, na vida…

Se o pessimismo dominasse não haveria graça na vida, não haveria vontade de um amanha melhor, não haveria brilho…

Eu prefiro continuar acreditando…

sábado, 7 de maio de 2011

Os finais, As escolhas…

Nunca me conformei com o fim de nada. Por mais que eu sentisse que era a hora. Por mais que eu quisesse ou precisasse me livrar das coisas. O "acabou" sempre chega ou chegou como se eu jamais tivesse parado pra pensar nele. Cruel, terrível e doloroso além de mim.
O último dia em qualquer coisa que tenha durado tempo suficiente pra me fazer dormir sorrindo com o dia seguinte. Um emprego, um curso, uma casa, uma viagem especial, um relacionamento. O ultimo dia do ano. Sempre tristes, sempre cheios de momentos em que eu preciso me isolar e ficar de um quase desespero catatônico. Uma vontade de sair correndo sem me mexer. Um pavor calmo e, pra quem nada entende de espasmos assustados, até sorridente. Abaixar e abrandar tudo em mim que ainda se debate pra continuar onde estava. Subindo loucos para a minha testa, todos eles. Mas quem são esses eles que sobem pra minha testa? Um mal estar em velar a vida que acabou pra poder continuar. Uma mistura caótica de enterro com nascimento, tipo se apaixonar.
Logo em seguida, me encontro em uma busca confusa, um auto-exilamento de qualquer tipo de comentário clichê de “isso passa”. Me pego me debatendo em pequenos pensamentos, entre a dúvida do seguir e do ficar, entra a real vontade e o que definitvamente deve ser feito.

Queria ser como aquelas pessoas normais, que batem nas costas, limpam a poeira deixada pelos rompimentos da vida, e amanhecem novamente amanha com o bom e velho sorriso de esperança nos lábios. Mas eu não. Eu me desconcerto, eu me  belisco, eu me perco no meio de tantos pontos de interrogação. Eu pego minhas certezas e engesso-as, me negando a modificar o que já é batido em matéria de certezas.

Se eu tivesse que explicar, em uma só frase, a angústia causada pelas incertezas que são cruelmente rompidsa pela realidade, eu recorreria mais uma vez á Martha Medeiros:

“Estamos todos de passagem. Portanto, não aborreça os outros e nem a si próprio, trade de fazer o bem e de se divertir, que já é um grande projeto pessoal. Volto a destacar: bom humor e humildade são essenciais para ficarmos em paz. Tudo é incerto, a começar pelo dia e a hora da nossa morte. Incerto é o nosso destino, pois, por mais que façamos escolhas, elas só se mostrarão acertadas ou desastrosas lá adiante, na hora do balanço final. Incertos são nossos amores, e por isso é tão importante sentir-se bem mesmo estando só. Enfim, incerta é a vida e tudo o que ela comporta. Somos aprendizes, somos novatos, mas beneficiários de uma dádiva: nascemos. Tivemos a chance de existir. De nos relacionar. De fazer tentativas. O sentido disso tudo? Fazer parte. Simplesmente fazer parte…”

Que tipo de pessoa seria eu se não compreendesse os finais? Porém, me dou ao direito de velar cada uma das minhas perdas da maneira como acredito que merecem. Me dou ao direito de ficar de luto por cada uma das mortes, sejam de projetos, de pessoas, de relações, ou de sonhos. Me dou ao direito de chorar, esperniar, pra aí sim andar por aí com o sorriso no rosto de quem sabe que ali na frente tem mais uma esquina.

Tive certa vez um namorado, que me disse que eu era intensa demais. E que talvez fosse intensa demais pra qualquer pessoa. Hoje, mesmo quase 10 anos depois, eu entendo o que foi que ele disse. Entendo exatamente o que foi que ele viu. Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados, e há muito me perdoei

Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima.
Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar

''O jeito é curtir nossas escolhas e abandoná-las quando for preciso, mexer e remexer na nossa trajetória, alegrar-se e sofrer, acreditar e descrer, que lá adiante tudo se justificará…”

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Hoje eu já não sei…

 

 

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Às vezes me perguntam por que eu ando desanimada e nem eu mesma sei responder. Talvez eu saiba dizer a razão pela qual algumas vezes tenha entregue meu coração á amores, causas, sonhos, família….
Eu acredito que tudo foi fruto dessa nossa juventude, daquela prepotência sem intencionalidade de achar que se sabe de tudo. Que se é o mandante do mundo. Que se fecha pra mínima possibilidade de o mundo não ser realmente cor-de-rosa.
Eu realmente achava que era praticamente tudo uma questão de vontade. Que querer salvar o mundo e ser aquilo que se deseja era determinado por resistência. Eu duvidava que a vida fosse tão efêmera ou que certas coisas não fossem capazes de mudar. Eu não brincava quando citava a possibilidade de ser super herói, sobre ser um ser invencível.
Eu achei que o amor era somente uma questão de peito aberto e encontro. Falava dele com tanta simplicidade e conhecimento. Eu me fechava quanto ao fato das adversidades. Durante muito tempo eu fui crente até que dava de se viver dele. E diferente de tudo que hoje eu não sei, eu sei perfeitamente quando essa minha Síndrome de Afrodite foi para o espaço. Fragmentou-se, dissipou-se em questionamentos e receios que hoje podam cada frase direcionada a 3 pessoa. Temporáriamente riscadas do meu vocábulário.
Eu pensei com convicção que soubesse de tudo e ainda mais um pouquinho do restante. Eu nunca admiti a falta de fé, os incrédulos. Eu achava que éramos nós que estávamos no controle de tudo e só acreditava em destino quando esse pudesse ser favorável. Quando lá na frente ele nos colocasse potes de ouro, curas de doenças e príncipes encantados. Pode parecer piegas, mas eu acredito em todas essas coisas.
Acreditava no tempo e na parceria que podíamos fazer com ele. Mas olha só o que hoje ele me traz, uma pele negativamente diferente e um mundo beirando ao caos. Trouxe consigo responsabilidades e a sua própria redução para que eu conseguisse resolvê-las. Trouxe um pouco de medo, que antes não existia, mas que tem me feito ficar um pouco presa ao chão. Eu bem disse que queria ser Peter Pan.
E quando eu também achei que entendia tudo sobre relacionamentos humanos e pessoas, as minhas vem, estragam tudo e então eu descubro que nem ao certo sei quem eu sou!
Então como se faz para escrever ou falar de algo que não se conhece? Que tem seus valores, princípios e costumes que não se enquadram com o que rodeia? Que até reluta cansada pra não perder a personalidade, mas que vem perdendo gradativamente as forças toda vez que a vida resolve sem aspectos de culpa lhe dizer não?
E o pior de toda a situação é presenciar esse ser estranho acostumando-se com a acomodação. É ver seu corpo encaixando-se ainda meio torto nesses novos moldes feitos de aceitação.
Ainda não dá para escrever sobre algo que não agrada. Enquanto isso eu vou vivendo até que passe. Volto, se encontrar minha identidade…

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Novo Dia, AGORA e Todo dia!

 

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Eu não quero ser uma pessoa normal, vivendo uma vida normal, só pra inglês ver. Há anos eu possuo essa mania diferente de encarar o mundo, e as pessoas ao redor dele. Tudo bem que eu tome pauladas de dar gosto, mas sinceramente, eu perderia a única coisa que mantive intacta durante todos esses anos, durante os momentos mais difíceis da minha vida, que é  a minha essência.

Eu quero meus defeitos, meus efeitos, e tudo mais. Eu não morro se o relacionamento acabou, quando tenho certeza que fiz o que podia, que no meu caso significa apenas dar o coração, pois infelizmente eu ainda sou daquele tipo meio batido de gente meio antiga que acredita que isso baste. Que acha muito mais lindo o cara que pega três ônibus só pra te ver, do que o cara que aparece de ferrarri. Vai ver eu ainda tenho uma visão cor-de-rosa demais da vida, e sinceramente muitas vezes eu acredito que tenha, mas que graça teria se eu acordasse todos os dias, e imaginasse que os homens são todos iguais, as pessoas são todas iguais, e que definitivamente não há nada mais gostoso do que viver?

Eu nasci assim. Conheço o fim, o improviso e o meio. Eu vivo como vive quem planeja e tem os pézitos no chão: Bato a cabeça do mesmo jeito! Arrisco, machuco, sangro, costuro e por fim me reconstruo. Igual fiz no último ano. Porque verdade seja dita: cada um vive do jeito que considera correto. Mas, que ano foi este? A idéia foi partir o mundo ao meio? Arrancar meu coração? Roubar minha esperança? Enxergar em cada rosto um ponto de desespero? Se o plano era esse, pessoal aí de cima, coloca um “10” aqui. Bota um parabéns e me dá uma estrelinha! Eu preciso, eu mereço! Preciso porque me arrisquei. Preciso porque me ferrei. E me ferrei porque quis. Resultado: Aprendi! Ponto pra mim! Quanto maior o grau de dificuldade, maior o prêmio, certo?

E o prêmio não é ganhar um bônus por decepções digeridas nem por coragens reforçadas, com uma viagem de ida e volta para o Havaí. O prêmio é: OLHAR PARA DENTRO e – mesmo com toda sua dor, mágoas e trsitezas, falta de rumo e prumo – se reconstruir, se aceitar e ter orgulho de quem você é!

Eu me recuso a me achar culpada porque os relacionamentos, sejam amorosos, profissionais e amizades não dão certo. Eu me recuso!

Porém, sofro como qualquer pessoa, choro minhas mortes de pessoas vivas com muito mais pesar do que a de pessoas que se partiram pra junto de Deus. E isso, porque muitas das “mortes” que ocorrem por mudanças de rumos, separações, brigas, poderiam ser evitadas se deixássemos de colocar tanto a função de nos fazer felizes aos outros. Se tirássemos de suas costas o peso de carregar seus sentimentos e os nossos. E creio que eu não faça isso, creio que seja definitivamente alguém um tanto leve, apesar do últimos acontecimentos terem me tornado uma péssima compania nos últimos dias.

E não me culpo se, no meio de tantas fantasias, no meio de tantas auto-descobertas, no meio de tantos sonhos, eu achei que eras tu. O cara com quem eu viajaria pelo mundo, o cara com quem eu faria planos pra que todas as nossas vontades fossem realizadas. O cara com quem eu dividiria não só o carinho, mas a vida. E não me culpo se muitas vezes te vi como o homem que entraria pela porta correndo pra ganhar abraços e me ajudar a recolher o lego das crianças.

Quantas coisas em tão poucos meses não é mesmo? Embora eu nunca tenha te falado sobre a intensidade do que se passava aqui, muitas vezes eu acreditei, e humildemente pedi a Deus que fosse tu.

A resposta que eu tive, pode não ter sido necessáriamente a que eu queria, porém, palmas ao cara lá de cima, porque após de N relacionamentos terminados por mentiras e falta de respeito, eu tive um ano feliz ao teu lado, e tu entendestes o quanto a sinceridade era importante pra mim, mesmo no final da nossa jornada. Talvez essa tenha sido a tua missão na minha vida. Mostrar que não seria sempre da mesma forma, assim como tentei te mostrar a mesma coisa, baseando-me nas tuas experiencias.

A gente tem o que PRECISA, não o que quer. Por isso, um inesquecível AGORA, sempre!

terça-feira, 19 de abril de 2011

A culpa é toda minha..

E, como sempre fizemos, desde o dia em que de alguma forma nos encontramos, vamos jogar aberto.E u assumo. A culpa é minha.Definitivamente toda minha. Eu dei meu coração. Eu criei expectativas. Embora sabendo previamente que não deveria, eu assumi os riscos e criei. Então, com sua licença. A culpa é minha. Minha culpa. Minha feia culpa que é minha e de mais ninguém.

Minha culpa de sete pontas, minha culpa que faz entender que eu sempre peco por excesso de coração.

Minha culpa que me faz olhar a vida e me sentir personagem principal de uma página triste. E não é só triste.

É uma culpa boa. Porque também me faz exercitar um sentimento maior (e mais brilhante que o mundo): o perdão.

Se eu pudesse escolher um verbo hoje, eu escolheria perdoar. Assim, conjugado na primeira pessoa, com objeto direto e ponto final: eu me perdôo.

Não, eu não te perdôo porque não tenho porque te perdoar. Tenho que perdoar a mim. A mim, que me ferrei. Me iludi. Me fudi. Me refiz. Me encantei. A culpa é minha.

Minhas e das minhas expectativas, que sempre me sabotam, sejam com amores, amizades, emprego, sonhos e desejos. Minha e das minhas escolhas que nunca possuem um pingo de racionalidade.

Minha e do meu coração lerdo. Minha e da minha imaginação pra lá de maluca. Então, com sua licença, deixe eu e minha culpa em paz. Eu e meu delicioso perdão por mim mesma.

Eu só te peço uma coisa. Pare de culpar a vida. Pare de comparar as pessoas. Pare de ter pena por aquilo que não viveu.

Pare de criar rótulos. Pare de tentar adivinhar os acontecimentos ao invés de vivê-los. Pare de fugir da felicidade. Não deixe a próxima pesssoa bacana passar, porque não, pode definitivamente não aparecer outra igual, e a vida é só uma, lembra? E é muito longa pra vivermos nos lembrando do que deixamos passar.

Tu podes sim, viver tudo aquilo que ainda não vivestes e ter alguém do teu lado. Te levando pra cima, te mostrando direções diferentes que as tuas regras batidas não te deixam ver.

Sabia usar a tua balança, saiba dosar o exato peso de um amor de verdade.

Se assuma. Se aceite. Se culpe. Se estrepe. Se magoe. Mas se perdoe. Pelo amor de Deus, se perdoe.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O Amor...

É, não tem jeito. Relacionamento a gente constrói. Dosando todos os dias os silêncios, as pausas e as grandes conversas. Engraçado como no exato instante em que deixamos de acreditar num conceito de AMOR DA VIDA, um amor PRA vida da gente aparece. Sem toda aquela badalação de alma gêmea. Sem as falsas promessas de ser pra sempre. Sem borboletas no estômago, sem insônias, sem choro. É incrível. Você conhece o cara, e quando se vê já está torcendo por dentro pra que ele enxergue quem você é (e escrevendo textos no blog para que ele entenda o quanto é diferente). E aí, Adeus expectativas surreais, Adeus delírios adolescentes. Ele vai esquecer muitas das coisas que você disse, mas você vai entender que ele também tem milhões de coisas na cabeça e vai falar tudo de novo. Ele vai esquecer o aniversário do dia em que se conheceram, mais não vai esquecer que o seu café é sem açúcar, preto, e forte. Ele não vai fazer declarações românticas, ou dizer que você é a mulher da vida dele, mais ele vai saber que você está de TPM no primeiro tom mais ríspido que aparecer na conversa, e vai entender. Ultimanente eu tenho descoberto que eu gosto do amor. Depois de anos sonhando acordada com alguém que me roubasse o sono, que me roubasse o ar, eu venho dar o braço a torcer e me retificar. Quero alguém que divida o sono comigo, que me devolva o fôlego. Quero dormir abraçada sem susto. E saber que ao acordar (aconteça o que acontecer), tudo vai estar lá. Sem ansiedades, sem montanha russa. Pra mim, não existe nada mais contestador, avassalador, do que amar uma pessoa só. É atravessar o escuro. É, no meu próprio caso, depois de anos mudar de conceito. Não aquilo não era amor, era imaturidade. Antes era paixão, e antes ainda, uma procura por mim mesma. Sei que é um tema batido e eu sempre falo dele. Mas amor pra mim é o maior motivo da vida. São reconstruções, pausas, desatinos e acima de tudo DESAFIOS. Se algum dia na vida eu sonhava com a perfeição, hoje eu sonho com o equilíbrio. E ele é muito bem vindo.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Planos..

 

 

 

 

 

 

O que nos motiva são os planos né? A vontade de vê-los em prática, realizados!


E quando eles simplesmente dominam? Regem todas as nossas ações, roubam o sono e tornam-se fatores determinantes de TUDO? É foda arriscar a possível felicidade em cima de suposições, de possibilidades. Planos são apenas chances. São anseios, realizáveis ou inúmeras vezes, não. E seria muito mais simples se eles só dependessem dos seus autores...

Porém, muitas vezes incluímos outros nos nossos planos, e sua realização acaba também dependendo deles. De gente que muitas vezes não imagina fazer parte disso tudo. E aí sua realização torna-se um pouco mais difícil, quase condicionada eu diria.

Mas quer saber, foda-se. Eu vou concluir "todos" os meus. Eu escolhi escrever nessas linhas. E eu vou seguir nelas até que precise virar pra próxima página.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Coração…

OgAAAFz-fpal1_pcsuNi_dYYzQYMDwkZnIMaVBSdfpfFmEj7e2aj-Lzdjmw5AFmLE1GCDbmpFNzkDp8pySjImBtUQrIAm1T1UAvyjMA_ax4Tia8yyW3hZQK6OOab-1

Mas a lição que eu aprendi no sábado é que não vale a pena consertar um carro pela décima vez. É mais fácil comprar um novo e fim de papo. Afinal, eu bem que tentei consertar meu relacionamento com todas essas pessoas e só ganhei mais e mais poses e menos e menos verdades. Ainda que doa deixar pessoas morrerem, se agarrar a elas é viver mal assombrado. Tati Bernardi

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Acho que um dia o cara lá de cima acordou de bem com a vida e pensou: Vou fazer alguém com coração hoje!

E eu imagino o quanto ele deve ter sido alertado de que pobre coitado algum merecia isso. Nascer com um coração?? Não faça isso!!! Já tentamos isso diversas vezes e o Senhor sabe, nunca dá certo!

Pois bem, diante de toda a sua grandeza, ele bateu o pé, e eis me aqui!

Queria saber quem foi que deu a idéia. Certamente, não fazia a menor noção do que isso me traz de turbulência na vida. Chego a me sentir meio retardada. E não é fazer piada, mas se ele estiver de um lado, e qualquer outra coisa estiver do outro, pimba! Dá meu coração com folga. Não dá a menor chance pros adversários.

E que grande burrice é ter um desses. E que grande burrice é querer salvar o mundo. E que grande burrice achar que a pessoa que a gente ama deveria amar a gente de volta e na mesma intensidade. E que burrice maior ainda é se doar ás pessoas, amizades, amores, se doar as causas, ás dores, que grande burrice é achar que com apenas um coração, faz-se alguma diferença.

Pois bem, desculpem a boca de quem anda cansada, mas que grande bosta! Queria saber esconder quando as lágrimas querem sair, mesmo que por motivos irrelevantes, mas que pra mim, a “sortuda” do coração, doem mais. Acreditem, eu sempre consigo somatizar tudo centenas de vezes mais do que os outros. Dá pra entender?

Queria acordar de manhã só um diazinho, e não me importar se perdi a hora, se tem alguém deitado dormindo no chão na frente do meu prédio, se alguém me pede dinheiro pra comprar remedio pra bronquite pra um recém nascido no terminal, se alguém pede dinheiro emprestado e eu sei que não vai pagar, se alguém me diz que não tenho amor próprio simplesmente porque me dou ao luxo de seguir meu coração, queria definitivamente acordar e não sentir vontade de chorar quando lembro de pessoas queridas que não estão mais presentes, quando penso em tanta gente com tantos problemas, queria comer uma coisa qualquer e jogar o papel no chão, tomar um banho de 4 horas até os dedos ficarem murchos de dane-se a água que falta por aí. Queria não ter peso na consciencia quando compro comida demais e jogo fora. Queria não esperar ouvir um “você me faz bem, eu te adoro…”. Queria ir á uma festa qualquer, beijar um desconhecido qualquer e achar bacanérrimo, queria não sonhar em construir família, queria não desejar tornar as pessoas que eu amo orgulhosas de mim, só um dia queria sair por aí andando na contra mão da vida. Me fazer de louca, desconhecida, e acima de tudo calar o coração, por minutos, segundos, seguir qualquer outra direção que não seja a que me foi apontada por ele.

E dá pra fazer isso carregando esse pedacinho vermelho dentro de mim, que aperta quando não está contente, que acelera quando vê o cara que duvida que eu seja um exemplar desses, com um pedacinho de vida latente no peito e uma consciência absurda que me tira o sono, o prumo, o rumo, e que me faz me colocar em segundo planos tantas vezes? Dá pra fazer tudo isso não levando em consideração quando causamos a discórdia, mágoa, choro, decepção? Quando frustramos expectativas que dependiam de nós pra serem concretizadas. Dá? Me ensinem?

Eu ando cansada dessa história toda. Ando cansada de ser quem anda lá atrás pra ter uma boa visão de como estão todos, como está tudo, mas que não se pode permitir chorar e esbravejar por parecer egoísta e mesquinha, diante de tantos problemas maiores ao redor. De quem erra de vez em quando, é teimosa, mas tem isso apontado por aí com muito mais ênfase do que as qualidades?

Ah, façam-me o favor. Me deixem quieta, já basta ter que conviver com ele, e acreditem ele não se cala, ele não se resigna, ele não guarda sua opinião pra sí. Já me basta ter que conviver com as expectativas e os sonhos absurdos que ele me faz ter. Já me basta desejar tanto, querer tanto, e viver tanto. Já me basta. Tanto amor, tanto carinho, tantos sonhos, perdidos no meio de tanta desconfiança, tanta falta de fé, incrédulos, rótulos, estigmas, desigualdades.

Tanta vontade de calar um minuto. Tanta vontade de que ao menos ele percebesse. Que ele entendesse…Puxa a mala lá de cima outra vez, porque simplesmente não posso exigir que enxerguem e reconheçam o que se passa aqui dentro…e mesmo assim queria saber de quem foi a grande idéia de me dar um desses!

segunda-feira, 7 de março de 2011

A frase do dia martelando…

                 

 

"O dia que eu coloquei meu passarinho no dedo, levei ele pra rua e ele não quis ir embora, mesmo podendo voar, eu entendi o que é liberdade. É querer estar junto mesmo com milhares de outras possibilidades lá fora. É poder ir e querer ficar. É ter a chance de escolher." – B.BZ

sexta-feira, 4 de março de 2011

Não Quero Mais Gostar de Você…

 

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Ás vezes eu acho que não quero mais gostar de você. Gostar de você tem se tornado uma tarefa difícil demais. Pode ser mesmo que minha falta de motivação tenha vindo com o pacote do ascendente que nem eu sei qual é.
Já parei pra pensar na hipótese de que a chata da história seja eu, mas você sabe muito bem que é muito mais simples colocar a culpa em você. Em você que é tão flexível, tão calmo, superior a tudo e que irá aceitar. E você compreende agora porque eu deveria cansar de gostar de você? A tua forma perfeita, disciplina em tudo, suas atitudes tão bem planejadas e frases de efeito me fazem tão menor, tão pouco perto de ti. É como viver na sombra. É feito um pássaro pousado no Cristo Redentor, ofuscado e sem aplausos. E não é só por não ter uma platéia. O fato é que tudo que vem de você me deixa impotente, sem reação. Todos os últimos farelos da minha história sobre ser bem resolvida foram varridos pelas suas características modelo. Características de um homem que eu tinha certeza absoluta até um tempo atrás, não poderia existir.  Eu quero gritar com você, chamar você de tudo, bater a porta do seu carro e não deixar você entrar, sem culpa nenhuma! Eu quero não conseguir contar nos dedos os teus defeitos. A minha ira é simplesmente você não me irritar. Por eu saber que eu vou sempre me render. E nem que eu fizesse aulas particulares eu conseguiria chegar aos teus pés. Nem passando mais cinquenta anos ao seu lado eu aprenderia tanto no que diz respeito a valores. Torna-se difícil provar que eu sou completamente apaixonada, que sim acho que você é tudo aquilo que eu quero pra mim, que sim que eu sou diferente não sei me relacionar sem levar meu coração e meus valores juntos, torna-se difícil mostrar que eu sou diferente pra alguém que simplesmente acha que as mulheres são realmente todas iguais, e que relacionamentos são algo tão difíceis.
Não quero mais me sentir a mulher mais feliz como me sinto estando com você. Não quero mais tentar provar que eu posso ser tão boa. Não quero mais esse desequilíbrio. Não quero mais te admirar tanto. Não quero mais ter certeza de todos os meus defeitos. Não quero mais ser a mulher de 25 anos que se sente com 15 perto de você. Não quero mais torcer pelas sextas e pelos domingos. Não quero mais te admirar tanto, tentar te provar que posso ser eu, tentar te tornar a vida mais leve, mais feliz como tu tornas a minha quando simplesmente me dá um sorriso.

Não quero mais me sentir especial quando tu faz um café gostoso pra mim. Não quero simplesmente amar não fazer nada, se o meu nada tiver a tua compania. Não quero mais me ver no meio de um outro país e simplesmente não deixar de pensar o quanto tu amarias estar lá. Não quero fechar meus olhos as 00:00 de uma noite de ano novo, e agradecer a vida pelo presente que fostes. Fechar novamente os olhos, sentir o vento bater no rosto e te desejar em pensamento toda a felicidade possível na vida. Não quero mais ser apaixonada pelo teu cheiro, pelo teu modo de andar, o jeito de fazer piada com qualquer coisa, a vontade de conquistar os sonhos, não quero inclusive amar a tua teimosia, que é como a minha eu sei, mas te faz tão contraditório, tão centrado nas tuas verdades, tão você.

Não quero mais tentar te deixar orgulhoso de mim, tentar te mostrar que eu enrrolo as pernas sim, mas eu caminho pra frente á minha velocidade e lá no fundo acho que sou uma mulher crescida. Não quero mais sentir a tua falta, me preocupar se estais bem, me preocupar se te faço bem. Não quero mais te contar tudo que eu já vivi, tudo que já aprendi da vida, porque isso me faz ter vontade de que tu também estejas comigo nas lições futuras.

Talvez eu tenha começado a me dar conta do que realmente é aquilo que temos. Talvez eu tenha entendido. Talvez sejamos diferentes no ponto em que eu verdadeiramente não gostaria de te perder, mas que tu simplesmente não achas que tens controle algum sobre os acontecimentos, e tens apenas a certeza de que quer viver, aproveitar, mesmo que para isso eu acabe tomando o caminho diferente, e talvez não te desgastes caso isso aconteça.

Talvez esse ano ao teu lado tenha me feito crescer em matéria de relacionamentos, em aprender a não esperar que o outro me ame, apenas dar motivos reais pra que isso aconteça. Aprender que definitivamente lá no fundo tu estais sempre esperando o momento em que as tuas teorias serão provadas, e que eu vou te mostrar que sou feito todo mundo. Mas é nesse ponto que nos separamos. É aqui que tu te enganas. É aqui que meus valores e minha índole se tornam mais fortes do que a tua desconfiança. Pra mim, saber quem eu sou me basta. É aqui que eu tento te provar que existem mulheres diferentes, relacionamentos não devem colocar em segundo plano os sonhos e as verdades de nenhum dos lados. É aqui que eu tento te provar que um amor, um relacionamento, são dois, e não um ou um e meio, relacionamentos são divisões de sonhos, divisões de conquistas, divisão de problemas, e não desistencia ou abertura de mão unilateral. É aqui que eu tento te provar que te ver feliz e se divertindo me faz bem, quando tu tentas encontrar em mim uma cara emburrada ou alguem que desaprova a tua vontade de ter vida pessoal também.

Juntam-se as noites em que eu agradeço á Deus pela minha vida, pela minha família, pela minha saúde, e por ti. Agradeço a ele por ter te encontrado tão cheia de km percorridos em matéria de vida. Pra tentar te provar o quanto as coisas são tão mais legais se olhadas pelo lado positivo. O quanto a vida é mais gostosa quando não deixamos de nos escutar, e nos passamos  a mão na cabeça quando necessário.

Espero que te lembres de mim com carinho, pra mim, fostes o homem que alcançou o sino das minhas verdades. Como amor não se pede, não se compra, eu apenas torço pra alguém conseguir tirar de ti essa armadura que não deixa entrar além de um limite, essa armadura que tem medo de estar errado, e de admitir caso esteja errado. Essa armadura que impede o que há de mais bonito de chegar ao seu lugar. Impede teus sonhos de serem surreais e mesmo assim serem aceitáveis. Essa armadura que faz de ti tão comedido, em questões que exigem o oposto.

A tua felicidade está muito próxima, e eu vou levantar as mãos pro céu e agradecer a cada conquista tua, a cada sorriso teu, mesmo que eu não esteja do teu lado pra comemorar contigo essas conquistas.

Amor, como eu disse, é puro, é limpo, é desejar a felicidade do outro mesmo sabendo que o outro talvez não venha á encontrá-la na gente. É se encontrar, trocar a bagagem de mão, renovar o ar, e entender que os caminhos podem ser diferentes e não há nada de errado nisso. É quem sabe, com lágrimas nos olhos, dizer um até breve, ou um Adeus, tendo-se a certeza de que se fez tudo aquilo que podia para que os caminhos tivessem uma mesma direção.

Eu tentei, não apenas te provar que eu era diferente, mas que as histórias poderiam ser diferentes. Talvez simplesmente não seja eu…
Não quero mais gostar de você

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Casamento...

As vezes eu acho que sou uma das poucas mulheres da minha geração que sonha com coisas que aparentemente são coisas de mulheres do passado.
Óbviamente que dou valor á minha carreira, minha vida profissional, mas não tenho grandes apegos, não almejo ser rica, só feliz tá mais do que bom.
Sonho com casamento, daqueles á moda antiga, talvez não numa igreja repleta de gente que na maioria das vezes não está ali realmente pra prestigiar o amor de duas pessoas, mais pra tomar cachaça e se divertir, não, definitivamente o casamento dos meus sonhos é povoado por pouquíssimas pessoas, as de verdade.
Sonho com filhos, casa na praia pra fazer churrasco e ver as crianças jogando bola, baralho, correndo. Sonho chegar em casa depois de um dia de trabalho, abrir a porta de casa e ser recebido por carinho de cachorro, e amor de filho. Aqueles abraços que duram instantes mas que valem uma vida.
Sonho ter um dia das mães com um maridão trazendo café da manha com os filhos e todos deitados na cama juntos, curtindo aqueles momentos que realmente fazem diferença.

Festar é bom, mas não sou eu. Viajar é bom, mas será assim sempre, mas com sabores diferentes, e algo do qual jamais vou abri mão. Mas a total realização de quem eu sou com certeza virá quando tiver minha família.

Deixando claro que não tenho pressa, me considero demasiadamente nova pra isso tudo, mas que os alicerces da minha vida, esntão em fases de levantamento de pilares, faltam paredes, e teto. Depois sim vêm todas essas realizações.

Sei que parece meio retrógrado, mas eu sou assim. Tem gente que diz que não existe mais mulher assim, ou que duvida de conceitos assim, mas sinceramente não me importo, sou assim e pronto, não preciso provar á ninguém minha essencia.

Cheguei a um momento da vida de um pouco de esforço pra começar a colher os frutos, to plantando, na lida diária, suando, mas sei que tudo isso vai frutificar. Sei que a pessoa que eu quero pra mim hoje, talvez não me veja com os mesmos olhos que eu a vejo, mas o que me importa é ter o coração em paz, feliz, e satisfeito. O que me importa é saber que tenho carinho e respeito, sem ter que encenar, sem ter que deixar de lado meus defeitos, porque eles tam´bém me tornam quem eu sou hoje.

Sei que não escolhemos quem vamos amar, e de que forma isso começa, ou quem sabe até isso termina, porém hoje eu sei que definitivamente, quem não entender quem eu sou de verdade, não merece fazer parte da minha biografia. Quem duvidar do que eu carrego aqui, definitivamente, que vire um capítulo no livro do passado. Não sou perfeita, porém tenho certeza que sou o molde certo na vida de algúem, porém não tenho pressa, há muito aprendi a dar tempo ao tempo, espaço a vida, e a viver o dia de hoje com calma.
Porém, cuidado! Rainhas também sabem se fingir de mortas....não são apologias, analogias,não é xadrez, é uma questão de estratégia!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

“Ando devagar porque já tive pressa…”

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Como canceriana que sou, costumo rodear, andar de lado, e conseguir tudo que eu quero sem pressa, e sem passar por cima de ninguém pra isso. Já ouvi dizerem que eu dou nó em pingo d’água, mas a grande verdade é que eu apenas tenho jeito pra lidar com as pessoas. E não tomem isso como uma verdade absoluta, pois quando as pessoas deixam de merecer, eu também abro mão de carregá-las comigo, embora muitas vezes sejam rupturas muito dolorosas, as famosas “mortes de pessoas vivas”, que acontecem e acontecerão diversas vezes na vida de todos nós.

Agora em se falando de conseguir as coisas, cada um de nós possui suas próprias prioridades, e também uma forma peculiar de colocar as coisas na balança antes de tomar alguma decisão na vida. Muitas vezes, abre-se mão de dinheiro pela saúde, abre-se mão de reconhecimento e ascenção imediata por frutos mais maduros, colhidos com um decurso de tempo um pouco maior.

Essas questões e momentos em que temos que parar, pegar a balancinha guardada embaixo da cama e começar a colocar prós, contras, ganhos imediatos, ganhos futuros e riscos, acontecem com todos nós uma centena de vezes durante a vida. E em todos os aspectos dela, pessoal, profissional, familiar, racional, sentimental…

Nós conhecemos várias pessoas, e observamos que cada uma prioriza os ítens de forma diferente na hora de pesá-los. Porém, ninguém tem o direito de criticar ou achar que não esta escorreito o jeito do outro priorizar os seus. Alguns de nós tem a família como pilar fundamental, outros o dinheiro, outros o amor, e há ainda os que simplesmente não se dão ao trabalho de pesar, e deixam a vida tomar todas as decisões por si.

E você, como prioriza?

Tenho uma amiga, das minhas únicas amizades que atravessou uma década e permance de pé, que sempre lê aquilo que eu escrevo aqui. Essa mesma amiga, tomou um caminho um pouco mais longo pra conseguir as coisas que todos almejam, e eu sei que muita vezes ela fica na dúvida das escolhas que ela tomou pra sí, por achar que os frutos ainda não estão aparecendo na vida profissional dela. E é pra ti, e que fique como um leve conselho á todos os demais, que eu digo: O unico lugar onde sucesso vem antes de trabalho, é no dicionário. Nem todos nós nascemos em berço de ouro e tivemos tudo de mão beijada na vida. E é aos que passam por adversidades pra estudar, trabalhar, moram longe, acordam cedo, acabam uma faculdade e encaram a segunda pois levaram um pouco mais de tempo pra se encontrarem naquilo que lhes dava prazer, pedem demissão de um emprego que já não preenche mais os sonhos e expecativas, começam do zero muitas vezes ganhando menos, voltam á estudar depois de muitos anos, mudam de sonhos, mudam de conceitos, mudam sua forma de ver o mundo, enfim, á todos os que não se permitem ser mantidos engessados em fórmulas de certo e errado, isso serve aquilo não, as pessoas são todas iguais, á todos estes, eu digo com conhecimento de causa, que o que vem fácil, vai fácil. O suor, as lágrimas, as queda, as decepções, a desilusão, tudo isso é o que enfrentamos no caminho por nossas auto-descobertas, no caminho pela conquista do que realmente nos preenche, e tudo isso só traz frutos, quando continuamos priorizando nossas decisões da nossa forma, sem nos deixar levar pelas opiniões e vivências alheias. Sem nos deixar levar pelas facildiade que a sociedade atual proporciona, mas que não trazem felicidade á ninguém. Só assim, olhamos pra trás e nos reconhecemos na nossa própria jornada. Caso contrário, olharemos as pegadas e elas nos parecerão ter sido trilhadas por uma outra pessoa, pois as decisões e caminhos tomados não terão qualquer semelhança com o que realmente somos, e aí vai ficando cada vez mais difícil nos encontrarmos na nossa própria vida.

Sei que muitas vezes, abrimos mão de muita coisa pelos outros. Muitas vezes desejamos inconscientemente coisas pra nossa vida, que nos foram ensinadas por nossos pais, e desejadas por eles, mas que não possuem qualquer semelhança com aquilo que verdadeiramente queremos pra nós. Nesta mesma linha de raciocínio, muitas vezes ao nos relacioarmos com alguém, acabamos mudando várias das nossas certezas para acompanhar a certeza do outro, e é aí que os relacionamentos vão por água a baixo. Ninguem precisa mudar seus sonhos, suas prioridades, sua vida, mas precisa sim respeitar as do outro. E não é difícil, basta colocar na balança, vocês querem ver?

Vamos tomar por exemplo um homem que não deseja casar, nunca na vida. E uma mulher que sonha com o matrimônio. Alguem vai precisar ceder, certo? Ok. Correto. Olhando assim de forma superficial, tudo bem, afinal temos que fazer concessões nos relacionamentos, certo? Errado. Concessões apenas são feitas quando não frustram sonhos, quando nao engaiolam personalidades, quando não tiram de nenhum dos dois sua essencia. Como ficará uma mulher que abriu mão do sonho de se casar porque seu parceiro nao desejava isso?. Onde é que ela vai colocar o sonho? Quando for aos casamentos das amigas, primas, tias ou conhecidas e se imaginar ali, e sufocar aquela tristeza por saber que jamais vai realizar? E agora, como fica a consciencia do homem que sabe que a mulher abriu mão de um sonho pra ficar com ele?. Que sabe que ela deixou de lado algo que realmente queria?. Como fica? Seria mais fácil se ele tivesse cedido? Onde ficaria a vontade dele nesse caso, de não fazer isso? Algumas diferenças são extremamente decisivas na vida que teremos. As decisões de abrir mão de algo por alguém, podem muitas vezes ser o início de um copo que vai se encher dia a dia, até que estoure no exato momento em que um culpa o outro por não ter conseguido realizar seus sonhos, ou por ter aberto mão deles e não ter mais tempo de voltar atrás.

Vocês estão vendo como as questões são muito mais profundas e provocam nas pessoas cicatrizes muito maiores do que imaginamos?

Por isso, caminhe á sua velocidade, mesmo que muitos te digam que você parece não sair do lugar, mantenha sua fé inabalável em suas prioridades e em seus sonhos. Dê á sua jornada a sua cara e a de mais ninguém. Responsabilize-se por seus erros e por decisões ruins, e não os outros. Certifique-se de que há muito mais de você na sua própria vida.

Querem um segundo exemplo? No ano passado eu conheci uma pessoa que mudou completamente a minha vida. Daquelas que eu vou lembrar pro resto da vida, que me ensinou a ser mais paciente, a enteder o tempo do outro, me ensinou que não posso exigir que gostem de mim, me ensinou que quem diz muito sim aos outros, diz muito não pra si mesmo. Enfim, certo dia estávamos conversando, em uma dessas conversas gostosas que temos aos domingos, há quase um ano, e ele me contou que quando era mais novo tinha uma bateria, mas que precisou vendê-la pra pagar os estudos. Disse que um dia ainda teria uma, mas que achava loucura comprar em função do preço. Eu disse pra ele algo que já haviam me dito um dia. A vida é dividida em ciclos, tu precisastes vender a bateria pra pagar teus estudos, certo? Bem, tu pagastes, trabalhasses muito, e hoje possui uma situação muito melhor, certo? Então por que não se dar ao luxo de fechar o ciclo, de devolver pra si mesmo algo do qual abriu mao pra poder plantar? Porque não colher o fruto de todas as dificuldades enfrentadas e se dar a bateria? Se presentar com ela, se acariciar?. E ele concordou que não havia olhado por esse ângulo. Bem, ele comprou. Há umas duas semanas atrás perguntei pra ele se ele havia se arrependido, e ele disse: Me arrependi de não ter feito isso antes. E eu me perguntei porque será que ele não fez? E lá no fundo eu sei, ele não estava se priorizando em sua própria vida. Ele estava em segundo plano em sua própria vida. Hoje, após quase um ano de convivência, eu percebo que ele ainda faz muito isso, priorizar os outros, mas percebo também que nesse intervalo de tempo, começou a olhar muito mais para sí do que olhava antes. Definitivamente possuía prioridades invertidas.

Eu mesma, posso me citar nisso. Vocês querem ver? Todo mundo sabe que cancerianas são altamente caseiras. Mulheres que nasceram e se realizam totalmente apenas com a maternidade. Se voc|ês conhecerem alguma, concordarão comigo. Sempre fui extremamente caseira, adoro estar com amigos, tomar um chopp, mas pra me tirar de casa pra ir á uma boate por exemplo, sempre foi uma guerra. Adoro meu canto, minhas coisas, andar á vontade, não ter horários, não ter cobranças. Sempre gostei muito da minha própria compania. Mantive um relacionamento de um bom tempo com um cara altamente baladeiro. Daqueles que queria andar em festas de quarta a domingo. E uma centena de vezes eu vesti um sorriso no rosto e fui acompanhá-lo. Em nenhuma das vezes, durante todo o relacionamento eu reclamei daquilo. Quando estava realmente muito cansada, eu ficava em casa, e ele ia. Agora, passados exatos um ano, me pergunto: Quanto tempo eu achava que aguentaria estar com alguem tao diferente? Quanto tempo levaria pra eu sinalizar que aquela vida de festas/gente fúti/noites mal dormidas, não era pra mim? E eu mesma conto pra vocês, o relacionamento começou a desandar quando essas e outras diferenças irreconciliáveis foram aparecendo. Foi aí que eu aprendi que o amor não sustenta essencias e índoles tão diferentes. Foi aí, e com a convivência que tenho tido com uma pessoa muito parecida comigo, que eu percebi que não abrir mão de si para ficar com alguém torna os relacionamentos muito mais leves, gostosos, duradouros, torna muito mais fácil dizer um não, e muito mais prazeroso dizer um sim.

Hoje, eu estou numa fase de “recomeço”. Resolvi mudar a vida profissional, e priorizá-la. Até que consiga o que eu almejo pra mim agora, minha vida pessoal vai estar com um pouco menos foco nessa caminhada. Porém, se me perguntarem o que eu gostaria da minah vida pessoal hoje, eu saberia dizer sem sombra de dúvida. Hoje eu consigo descrever meus sonhos, consigo descrever o que eu quero pra mim, consigo ter certeza absoluta de quem eu quero pra mim, consigo me enxergar nesse novo caminho, embora esteja dando ainda os primeiros passos. E sabe por quê? Porque as minhas escolhas são só minhas, minha prioridade sou eu, meus sonhos são meus.

Lembre-se, se você não pensar em você, vai ser difícil alguém que o faça…

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sonhos…

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Pra quem vive sonhando acordada, não há nada mais difícil que pôr os pés no chão. É a eterna luta de aprender a conciliar nossos opostos. O que realmente é concreto, e o que se trata apenas de mais um amontoado de abstratos. Saber o que realmente é possível, e o que é puro sonho. Difícil? Muito. Muitíssimo.

Nessa hora, sempre acaba ganhando quem é mais ponderado. Quem é mais moderado. Quem é mais sensato, e acrescento: Quem acredita em si mesmo (Parece livro de auto ajuda, mas é a pura verdade)

A realidade sem sonho não teria a menor graça. Não poder almejar, vislumbrar e torcer pra todos os desejos se tornarem realidade. Pois é, o contrário também vale! Sonhos são definitivamente melhores quando tem uma certa realidade imbutida.

É engraçado como quando nos tornamos mais maduros, conseguimos enxergar com exatidão onde deixamos passar a sensatez, e onde deixamos faltar o sonho. Conseguimos localizar o momento chave de cada reviravolta da nossa estória, embora muitas vezes não seja nada fácil revivê-las mesmo que em pensamento.

Com sonhos a tiracolo e com pés levemente encostados no chão, não há mágica: as coisas acontecem. Palavras viram livros, rabiscos viram canções, nossos desejos saem do papel e criam vida. Simples idéias se transformam naquilo que a gente sempre quis.

E aí são os melhores momentos da nossa vida acontecendo. Tudo passa a valer a pena, apesar dos tropeços no caminho.

Vocês devem estar se perguntando por que eu entrei nesse assunto né? Porque eu sou uma das pessoas mais sonhadoras que eu conheço. Talvez eu devesse virar escritora, vai saber…

Sonhos são como trampulins, ou molas, que nos impulsionam, que nos fazem levantar da cama todos os dias e vestir nossos melhores sorrisos. Sonhos são a minha inspiração, minha força, minha fé e meu norte.

Na minha humilde opinião quem não sonha nunca se sentirá vivo de verdade.

Mas, como tudo tem dois lados, é bom ficar de olhos bem abertos. Ou melhor: Finque seus dois pezinhos de leve no chão. Quem se alimenta apenas de ilusao acaba por perder a realidade da vida e viver em um mundo paralelo que nunca condiz com a realidade. Pessoas assim são eternamente insatisfeitas com aquilo que são, com aquilo que tem, e com o universo que as cerca.

É, não é nada fácil conseguir ir ás estrelas, viajar e saber a hora certa de voltar.

Eu, sou uma canceriana nata. Daquelas que sonha com coisas que definitivamente poucas pessoas entendem. Tenho 25 anos, e apesar do senso de liberdade aguçadíssimo, minha solidão só tem graça quando muitíssimo bem acompanhada.

Uma vez me disseram que a minha mania de ver sempre o lado positivo das coisas e das pessoas acaba contagiando que convive comigo. Pois bem, tomara que eu consiga tornar as pessoas um pouco mais confiantes naquilo que realmente são.

Voltando ao sonhos, acho que somente eu sou capaz de entender o que se passa na minha cabeça. E a grande burrice é esperar que as pessoas notem meu esforço, reconheçam meu amor, entendam minhas fraquezas e defeitos. Como há muito tempo eu aprendi a conviver com a minha própria solidão, já não me machuca mais quando percebo que definitivamente não consegui transparecer quem realmente eu sou como ser humano. Tomo como experiência de vida, e toco o barco.

Talvez existam mais mulheres assim, que preferem ainda acreditar nas famílias grandes dos almoços de domingo, no amor expresso por uma bala e não por um anel, mulheres que conseguem se tornar independentes mas ainda possuem uma educação e sonhos á moda antiga. Que querem ter os pés no chão, mas gostariam muito de tirar os pés de alguém de lá. Que gostariam de tocar as vidas, mudar os rumos, apontar caminhos, dar o colo mesmo sem receber nada em troca. Mulheres que acreditam em relacionamentos pautados pela preservação da individualidade de cada um, mulheres que têm fé, mulheres que tem sonhos.

Meus pés estão fincados ao chão, mas a minha cabeça jamais vai deixar de percorrer todos os destinos que traça, todos os sonhos que almeja.

Quem tiver sorte, que me acompanhe. Quem tiver medo de não estar indo na direção correta e resolver pisar mais devagar, infelizmente não conseguirei acompanhar o ritmo por muito tempo.

E por falar em sonhos, vamos falar de você. Tu que estais sempre presente nos meus. Tu que te encaixas perfeitamente nos meus moldes. Tu que sonhas, apesar de se mostrar mais cético. Tu que desejas, almejas, oras, torces… Tu que tocasses a minha vida de uma forma um pouco diferente do que qualquer outra pessoa já o fez. Eu vim pra te apontar a direção, eu vim pra te ajudar a aguentar os dias em que desejares desistir, eu vim pra te mostrar que há coisas tão mais lindas esperando por ti nessa vida, eu vim pra te trazer felicidade, e pra te ver realizar os teus sonhos…não deixe os pés tão firmes no chao!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Acho que chegou a minha hora…

 

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Dizem que os incomodados é que devem se retirar. Concordo. Se alguma coisa me incomoda, abandono o barco.  Ficar insistindo em uma coisa que não vai dar certo nunca foi a minha especialidade. Manter namoros estressantes, amizades interesseiras, empregos sem futuro não faz muito sentido na minha cabeça. Desculpe minha mania de ser clichê, mas a vida é muito curta pra gente perder tempo.
Não é nada fácil me agüentar, eu sei. Sou implicante. Tenho mania de sabichona. Falo o que penso. Faço o que tenho vontade (só o que tenho vontade!). E pior: sou adepta de uma filosofia de vida muito objetiva que eu mesma desenvolvi: “Quer? Quer. Não quer? Não quer”. Muito simples. E é assim que eu gostaria que agissem comigo. Não me quer, saia da minha vida logo. Me quer? Faça por merecer.
Não puxo saco de ninguém. Detesto que puxem meu saco também. Nunca saí com quem não queria estar comigo. Nunca fui à festa sem ser convidada. Não faço amizades por conveniência. Não sei rir se não estou achando graça. Não seguro o choro se o coração estiver apertado. Não atendo o telefone se não estou com vontade de conversar. Não namoro pra falar que tenho companhia. Nunca pertenci a grupos em que as pessoas pensassem, agissem e se vestissem todas iguais. Nunca precisei beber, fumar ou me drogar pra pertencer a nenhum grupo social. Isso não sou eu.
Sou eu a cidadã cansada dos padrões machistas da sociedade. Sou eu a cidadã cansada de ver as capas de revistas com corpos de fora e imaginar se o que conta realmente é ter alguma coisa por dentro. A cidadã que, de tanto pensar, não dorme. De tanto não dormir, não pensa. A cidadã que, aos onze anos de idade, queria consertar o mundo fazendo cover das paquitas nas escolas e falando pras crianças não se drogarem. A cidadã que não confia nos homens, não acredita na humanidade e gostaria de adotar um animal. A cidadã que planeja montar uma família daquelas de comercial, com crianças com sorriso gostoso esperandop em casa após o trabalho. Sou eu essa cidadã estranha. Sonho que sou a Branca de Neve e acordo engasgada com a maçã.
E de tanto comer maçã podre, aprendi. Agora, jogo fora o que não presta. Ou melhor, saio eu mesma do jogo. Não faz mais sentido acreditar que a sua amiga interesseira vai ser uma pessoa melhor depois que você conversar com ela. Ou que seu namorado vai mudar aquele hábito que te incomoda porque ele te ama. Ou que seu chefe vai reconhecer seu esforço e não vai te demitir quando precisar reduzir o quadro de funcionários. Não funciona dessa forma. Por isso, saio fora antes do final do jogo se eu não estiver de acordo com as regras. Me retiro se a incomodada sou eu.
O que incomoda vai estar sempre ali no mesmo lugar. Mas você não precisa estar. Mude de lugar. Mude de casa. Mude de emprego. Mude de amigo. De ficante. De namorado. De marido. Mude de atitude. Só não fique parada reclamando. Faça aulas de boxe. Aprenda a dar bicudos, a fazer gestos obscenos, a falar palavrão, a xingar as pessoas, a largar tudo pra trás. Aprenda a não levar a vida tão a sério. Aprenda que o stress só vai destruir seu estômago e torrar seu dinheiro em análises e remédios caros. Aprenda que as pessoas não são do jeito que você gostaria que elas fossem. Eu aprendi. Aprendi a hora de me retirar: vou embora antes do final da festa, então essa é a hora…

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

De Volta pra Casa…

 

 

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Eu voltei pra casa com saudades daqui e sem medo da vida real. Outro final de ano lindo com as pessoas que pularam da caixa mágica. Não foram necessários shows, festas, super baladas, ou algo desse gênero para eu dar tantas risadas. Talvez se houvesse não existiriam risadas e sim um Sr. Valmor.
Estranho pisar em terra tão familiar, distante, recente. Terra firme. Agora sim, uma terra firme.
Saltar do avião, não ganhar o mesmo tipo de abraço mas ganhar muita atenção.
Pass comfort! A mãe sempre diz que ele ajuda com as roupas amassadas, casos mal resolvidos, fugas planejadas...
No final de tudo, VEJA. Multi ação.
Concluindo, a intenção era a diversão. Ponto pra vocês todos que são sempre capazes de me proporcionar isso.
Sem rodeios ou mensagens subliminares para essa linha: Eu estou feliz.
Cicatrizando, vencendo, caindo e levantando. Feliz.
Um final e começo de ano que me fez apreciar os nachos calientes, focas, mala pequena, novas amizades e essa amiga maravilhosa que sempre me ajuda tanto..
Eu não esqueço nada, nem ninguém, porém mudar algumas das minhas prioridades vem sendo algo bastante eficaz no combate contra os dias cinzas.

O coração aprendeu a bater novamente sem pressa, e a cabeça enfim repousa sob novos planos…
Algumas palavras pra vocês...