segunda-feira, 25 de julho de 2011

Cristais

A vida deveria ser menos brusca as vezes.

Recentemente quebrou-se um dos meus cristais mais límpidos.

Aquele que a gente quer carregar junto a vida toda, e a cada mudança embala com todo cuidado pra nao se quebrar, coloca plástico bolha, jornal, carrega com a maior das precauções.

Bom, ele foi atingido em cheio por uma larga dose de realidade, e ela dura né?

Quebrou-se. Quebrou-se e não há cola no mundo que concerte.

Meu cristal voltou a ser um desses vasos comuns, meio tortos, meio mal colados. Daqueles que a gente insiste em guardar sabendo que já não presta, ocupa espaço, e jamais sera bonito como antes.

Meu cristal, ali onde eu pus, me traz lágrimas aos olhos pois um dia já achei que ele iria comigo pra toda uma vida.

Mas, seres inanimados também tem energias. E ele sempre tentou me mostrar que era isso, um cristal, claro porém frio, manuseável sempre com cuidado, á distancia.

Eu me enganei e achei que poderia sim, cuidar dele de forma correta. Durante algum tempo tirei o pó todos os dias, mudei de posição, coloquei flores dentro, e tentei dar a ele a vida que eu ansiava que ele tivesse.

Quebrou-se, e talvez nunca tenha estado realmente inteiro.

Quebrou-se e mais uma vez provou que na vida, pequenos choques mudam rumos, mudam feições, mudam destinos.

Nas lembranças, ficarão apenas as imagens de quando ele estava brilhando, pois não quero carregar comigo a imagem de vê-lo aos cacos.

Vou em frente, nenhum baque me mata ou derruba… não “sou deus” como ja me disseram pensar, mas sei a hora de juntar os meus cacos e jogá-los fora.

Metáforas…ah! as metáforas…

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