quinta-feira, 14 de julho de 2011

Histórias de vida…

 

Toda história tem dois lados, e este é o meu:

 

Precisavam de novas direções. O encontro que talvez tenha causado mudanças repentinas e bruscas em ambas as vidas, o encontro que deixara cicatrizes e marcas de esperança na alma, ia assim chegando ao fim.

Não por mágoa, soberba, ou falta de fé na proporção incrível que aquilo tomara.

Não por falta de fé. Nunca admitiram os incrédulos.

Era hora, e bastava. Como todo livro que vira best seller, este também era composto por começo, meio e fim. Não havia mais espaço para os tres pontos no final.

Uma vírgula? Quem sabe uma pequena pausa?

Ela se apegou como criança em loja de doces de que seria isso. Porém, errara. E não demorou muito até perceber que havia voltado a enxergar a realidade. Havia entendido o real significado e importancia daquilo tudo.

E por mais que todas as pessoas tivessem razão, ela não aceitava nenhuma das pequenas verdades, pois ela havia vivido aquilo que considerava real.

Foram-se os questionamentos ralo a baixo junto com a água que cobria o seu rosto enquanto lavava o corpo e a alma pra tirar qualquer resquício daquele capítulo.

Ela não deixou de acreditar em Deus, ela não abaixou a cabeça para o amor.

Ela sabe que no fundo, a alma sente e a boca cala.

Ela preveu o futuro do pretérito que o assolaria, em 20 dias, 5 anos, 40 anos…

Ela havia entendido. Não apenas aceitado porém aprendido.

Tomou um banho, maquiou-se, vestiu seu melhor vestido e seu melhor sorriso. E sorriu, como sempre, sorriu.

E, pra sua surpresa, o mundo sorriu de volta.

E agora?

Página em branco, capítulo novo, prefácio antigo.

Porque nem toda essencia foi perdida. No silência então ela (eu) agradeceu… e ainda agradece Smiley piscando

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Recolher-se

Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. Amar era tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico. Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta. Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga alheados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambigüidade e mutação, este silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos."

 

Lya Luft

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Não é Fácil…

Tá certo que os últimos dois meses foram uma barra. Perder pessoas que a gente ama nunca é fácil, concordam? Perceber que alguns ideais já se cansam ao tentarem permanecer intocáveis diante de tanta falta de realidade, também não é moleza, certo? Dar vez a realidade frente ás expectativas, nem sempre desce fácil pela garganta…

Pois é, quedas a parte, minha sorte definitivamente é que meus ossos não são feitos de vidro, caso contrário jamais conseguiria suportar os baques da vida.

Pelo menos foi desse meu jeito atípico que camuflei as esperas e dores mais longas e cruéis da minha vida. Vai ver foi esse o meu mecanismo utilizado para que tudo doesse menos e por menos tempo. Pra manter ainda disposto o coração.

O que de fato perturba é ter ainda a sensibilidade de uma criança. E o pior, junto de uma bagagem e a visão real do que é o mundo hoje.

Com 25 anos eu acho horrível o meu discernimento. E não sei ainda e o difícil é crescer ou compreeender.
Então eu prefiro ficar assim, a banalizar o que pra mim não é aceitável.

Recuso-me a acreditar que os homens são todos iguais, que os sonhos tem preços, que as pessoas tem preços e que passar por cima dos outros seja tão fácil pra 90% das pessoas.


Que se danem os meus testes psicológicos! Eu vou estar na casa dos 60 com os mesmos fortes traços de infantilidade, desenhando botões coloridos em blusas e me sentindo insegura diante de um mundo em que sou uma estranha.
E que a vida me permita permanecer estranha em um mundo que se tornou tão estranho…

domingo, 29 de maio de 2011

Obrigada…

Dizer que durante esse tempo todo conseguia ver, mesmo que só o brilhinho, daquela tal luz no final do túnel seria uma mentira. Eu reconhecia o exagero do momento,  mas não via outro ângulo para a felicidade que não fosse aquele.
Até porque era realmente sensacional a cena vista daquele cume alto que eu havia criado. Com um pouco de esperança e zero realismo, cria-se de tudo.
No meu caso, montanhas de gelo que derretem com o passar dos meses. Até que tu sintas os dois pés tocando o chão.
O chão que é tão banal e que todos falam com tanto orgulho: "Enfim, fixei meus pés no chão!" Pois que grande bosta é pisar aqui. Eu prefiro as brasas, ou o gelo que seja.
Doeu demais chegar até esse fim da linha. E por mais que eu jé respire normalmente e a maioria dos nós na garganta já tenham se desamarrado, não sei se gosto do que vejo. Eu estou me adaptando! O coração anda batendo no mesmo ritmo há dias. E talvez eu precise mudar meu nome. É atí­pico demais não me ver lutando, rindo sozinha ou chorando pelos cantos. O tempo simplesmente passa. O passado já não incomoda mais e nem o futuro causa dor no estômago. Não confundo nomes. Não deixo de comprar meu doce preferido, para comprar o outro que agrada. Todos os compromissos na agenda se referem apenas a mim. Eu puxo apenas a metade da colcha todos os dias e só tenho comprado esmaltes escuros. Agora eu preciso de concentração para lembrar os porquês.
Eu estou longe de ser quem eu sempre fui. Em um momento lúcido, imune dos meus grandes dramas. Vivendo paixões regradas e relações aparentemente saudáveis. Sem beijos que ardem e sem brigas que ferem.
Eu estou longe de ser o que sempre fui e muitos sabem o quanto é estranho me ver sendo envolvida por essa nova identidade tão comedida. É algo natural, eu sei e que esses "muitos" me previniram; iria chegar. Eu só precisava respeitar o meu tempo. Eu respeitei então o tempo, sem querer. A maior e mais resistente de todas as cicatrizes parece agora estar fechada. Estou tão estranha que nem ao menos sei o que sinto me sentindo assim. Assim normal.
Eu estou longe de ser o que sempre fui. No entanto ainda percebe-se a permanência dos tradicionais dilemas. Logo, nem toda essência foi perdida.
Em segredo então eu agradeço.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

… É tudo uma questão de tempo…

Como aquele adesivo já antigo, que consegue manter-se fixo ainda, com alguma dificuldade.
É assim que defino essa relação.
Nessas alturas já não sei a quem cabe melhor a função de papel em branco.
É só uma questão de momento.
Mutualismo. 3:20 a.m.
Mesmo em vão, houve a tentativa de dar vida a essa folha vazia.
Tem orgulhos e oscilações. Mas ainda entendimento e rendição.
Com certa dificuldade em admitir sabemos que nos alcançamos.
Talvez seja agora a hora em que falo de todas as crises e falhas.
Aproveito a oportunidade para explicar, alfinetando.
Não.
Já não há necessidade.
Porque sobrou carinho, porque o ego eleva-se ao saber que o carinho faz diferença.
IN-TER-DE-PEN-DÊN-CI-A
Percebes o erro aqui? O "i" e o "a", não se separam. Aqui.
E volto a dizer, é só uma questão de momento.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Milagres…

Sou das pessoas que acreditam nas coisas positivas. Sem elas eu não conseguiria viver. Não ia querer ficar numa festa, por exemplo, onde a alegria não chegou.  Se eu ficasse amarga com tudo que me acontecesse de ruim, eu iria contaminar minha casa, minha família, meu ambiente de trabalho, meus amigos e acredito que um pouquinho do mundo.

Por que sou importante? Não. Mas porque cada um de nós apresenta um elo, uma posição nas relações sociais que ocupamos, e acabamos por contagiar tudo a nossa volta, mesmo que muitas vezes inconscientemente.

Eu, apesar de tantas realidades que me provocam indignação e dor, ainda acredito que a vida vale muito a pena, que as pessoas querem ser boas, e mais: que felicidade existe, num desejo de reciprocidade, e na exata compreensão da palavra respeito.

Roubalheiras e falta de caráter em um canto? No outro com certeza há muita vontade de ajudar. É nesse quebra cabeça maluco, com peças encaixadas com esperança que eu insisto em acreditar.

Não em cartolas de mágicos que vão tirar lá de dentro pessoas mais amorosas, saúde, emprego, igualdade…Mas em perspectivas de dias melhores pra todos aquele que eu amo de uma maneira geral.

Talvez eu ainda acredite em Milagres, mas se a gente der um passo real em direção ao bem terá valido a pena acreditar: Em você, no outro, na vida…

Se o pessimismo dominasse não haveria graça na vida, não haveria vontade de um amanha melhor, não haveria brilho…

Eu prefiro continuar acreditando…

sábado, 7 de maio de 2011

Os finais, As escolhas…

Nunca me conformei com o fim de nada. Por mais que eu sentisse que era a hora. Por mais que eu quisesse ou precisasse me livrar das coisas. O "acabou" sempre chega ou chegou como se eu jamais tivesse parado pra pensar nele. Cruel, terrível e doloroso além de mim.
O último dia em qualquer coisa que tenha durado tempo suficiente pra me fazer dormir sorrindo com o dia seguinte. Um emprego, um curso, uma casa, uma viagem especial, um relacionamento. O ultimo dia do ano. Sempre tristes, sempre cheios de momentos em que eu preciso me isolar e ficar de um quase desespero catatônico. Uma vontade de sair correndo sem me mexer. Um pavor calmo e, pra quem nada entende de espasmos assustados, até sorridente. Abaixar e abrandar tudo em mim que ainda se debate pra continuar onde estava. Subindo loucos para a minha testa, todos eles. Mas quem são esses eles que sobem pra minha testa? Um mal estar em velar a vida que acabou pra poder continuar. Uma mistura caótica de enterro com nascimento, tipo se apaixonar.
Logo em seguida, me encontro em uma busca confusa, um auto-exilamento de qualquer tipo de comentário clichê de “isso passa”. Me pego me debatendo em pequenos pensamentos, entre a dúvida do seguir e do ficar, entra a real vontade e o que definitvamente deve ser feito.

Queria ser como aquelas pessoas normais, que batem nas costas, limpam a poeira deixada pelos rompimentos da vida, e amanhecem novamente amanha com o bom e velho sorriso de esperança nos lábios. Mas eu não. Eu me desconcerto, eu me  belisco, eu me perco no meio de tantos pontos de interrogação. Eu pego minhas certezas e engesso-as, me negando a modificar o que já é batido em matéria de certezas.

Se eu tivesse que explicar, em uma só frase, a angústia causada pelas incertezas que são cruelmente rompidsa pela realidade, eu recorreria mais uma vez á Martha Medeiros:

“Estamos todos de passagem. Portanto, não aborreça os outros e nem a si próprio, trade de fazer o bem e de se divertir, que já é um grande projeto pessoal. Volto a destacar: bom humor e humildade são essenciais para ficarmos em paz. Tudo é incerto, a começar pelo dia e a hora da nossa morte. Incerto é o nosso destino, pois, por mais que façamos escolhas, elas só se mostrarão acertadas ou desastrosas lá adiante, na hora do balanço final. Incertos são nossos amores, e por isso é tão importante sentir-se bem mesmo estando só. Enfim, incerta é a vida e tudo o que ela comporta. Somos aprendizes, somos novatos, mas beneficiários de uma dádiva: nascemos. Tivemos a chance de existir. De nos relacionar. De fazer tentativas. O sentido disso tudo? Fazer parte. Simplesmente fazer parte…”

Que tipo de pessoa seria eu se não compreendesse os finais? Porém, me dou ao direito de velar cada uma das minhas perdas da maneira como acredito que merecem. Me dou ao direito de ficar de luto por cada uma das mortes, sejam de projetos, de pessoas, de relações, ou de sonhos. Me dou ao direito de chorar, esperniar, pra aí sim andar por aí com o sorriso no rosto de quem sabe que ali na frente tem mais uma esquina.

Tive certa vez um namorado, que me disse que eu era intensa demais. E que talvez fosse intensa demais pra qualquer pessoa. Hoje, mesmo quase 10 anos depois, eu entendo o que foi que ele disse. Entendo exatamente o que foi que ele viu. Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados, e há muito me perdoei

Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima.
Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar

''O jeito é curtir nossas escolhas e abandoná-las quando for preciso, mexer e remexer na nossa trajetória, alegrar-se e sofrer, acreditar e descrer, que lá adiante tudo se justificará…”