quarta-feira, 22 de abril de 2009

É mais muito do que um cansaço físico, ou meramente emocional. São diversos fatores acumulados, um a um, ano após ano, e que de repente atingiram a margem do copo.
É visão realista da vida, que teima em prevalecer, deixando de lado alguns conceitos ingenuos mais que tornavam os dias mais coloridos de alguma forma.
Em um exato momento da vida eu achei que bastaria viver de sonhos, e doeu saber que não era verdade, e dói me sentir madura demais aos 23 anos.
Um certo dia, eu pus toda a minha coragem, todas as minhas expectativas em uma mala e fui encarar o mundo frente, vitórias aqui, derrotas ali, e uma imensa trombada da qual eu ainda nao consegui me levantar completamente. Me levanto todos os dias, lavo o rosto, me olho no espelho, quase como um ritual rotineiro que se repete, a grande diferença encontra-se na imagem refletida. Em um dado momento era a imagem de alguem que acreditava em possibilidades, e buscava sem medo dos arranhoes toda e qualquer realização, sem se importar com o que muitos consideravam perda de tempo ou ainda precocidade.É, a imagem que se reflete hoje ali, é a imagem de alguem que descobriu lados da vida que não gostaria de ter visto. O sorriso que eu "visto" todos os dias ao acordar, tem um quê de fragilidade que teima em aparecer, mas que eu tento nao demonstrar.
A maturidade traz sim consigo coisas boas, mas a minha trouxe consigo uma clareza de visão assustadora, as vezes queria ser mais aquém as coisas, queria padecer de uma ignorancia que me fizesse não sofrer e me importar tanto com as coisas.
Eu não me arrependo de nada, absolutamente nada do que fiz na minha vida, e sinceramente nao considero tempo algum perdido, por mais que murphy insista em brigar comigo e tentar me provar o contrário.
Eu tinha duas escolhas, viver ou assistir a vida de camarote, e eu escolhi viver mesmo sabendo de todos os perigos que a caminhada poderia trazer.
Recomeçar não é vergonha alguma, quando se sabe que é resultado do fim de uma jornada que me tornou mais humana, mais viva e que tornou ainda mais latente a minha vontade de fazer alguma diferença. Recomeçar é pra poucos, porque só se recomeça de verdade quando se admite que a fase anterior realmente ficou pra trás.
Eu fui em frente, e mesmo que alguns pesos ainda teimem em me puxar na direção contrária, eu sei que consigo ir além.
Obrigado a vida por me mostrar que nada é em vão.
Eu definitivamente não me contento com pouco!

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