quarta-feira, 28 de julho de 2010

Saudades...

Os acontecimentos da minha vida nunca foram simples. Eu bem disse que queria ser Peter Pan.
Fazem quase seis meses que eu tenho certeza que o destino começou a me montar uma baita arapuca. E me pegou.
E sabes que eu me sinto absurdamente confortável nesses novos moldes??
Mudança de emprego, término de relacionamento, reaproximação de velhas amizades, novas amizades, novos rumos, velhos sonhos, novos sonhos...
Hoje eu me peguei pensando nessas mudanças repentinas, no fato de que talvez eu tenha desejado cada uma delas, mesmo que inconscientemente. Hoje eu me peguei rindo sozinha (tá tá isso é bem comum). Hoje eu me dei conta que, mesmo dando vez ao cansaço, não há qualquer motivo pra nao estar feliz.
Hoje eu me permiti não negar a atual realidade que todas essas mudanças proporcionaram, por mais que algumas delas tenham sido difíceis.
Hoje eu me peguei me permitindo sentir saudades de te ver, mesmo que de longe. Hoje eu senti saudades até dos momentos que ainda nem tive. Hoje eu senti saudades de me sentir perdida diante de tantas certezas desconexas, de tantas sensações e vontades. Hoje eu me dei conta do quão reais são as minhas certezas. Hoje eu queimei a língua por perceber que eu não engano nem a mim mesma quando digo que sei viver com os pézinhos no chão.
Hoje tem uma frase martelando na minha cabeça que eu li em algum lugar:
"Nunca ignore seu sexto sentido. Lá na frente - ainda que demore anos - você vai ver que ele estava certo."
E graças a Deus eu jamais ignoro o que ele me diz. E ainda bem que eu não ignoro aquilo que eu sinto. E agradeças tu também por eu agir assim.
Todas essas mudanças resultaram nisso que temos hoje. Nisso que estamos começando de alguma forma hoje.
A gente percebe a diferença na nossa história em relação a tudo que existe. A gente constroe juntos essa nossa estrutura de base forte. É respeito, é amizade, são ouvidos, confiança e antes de tudo esse carinho mútuo. Eu poderia ter deixado de acreditar. O mundo talvez tivesse tentado me fazer desistir das pessoas. E então "eu" te encontro, me epaixono, crio metas e sorrio a cada segundo em que lembro-me que te tenho na minha vida "de alguma forma". Tu que chegastes pra me trazer uma serenidade que eu não tenho, me trazer novas expectativas, e me trazer a certeza de que ainda existem pessoas maravilhosas por aí.
É o resultado de um coração agora completo e sossegado.
Certa vez eu duvidei de relacionamentos assim. Onde se agradece pelo encontro, e se aproveita cada momento junto, por não saber o que serão dos momentos seguintes, mas isso é secundário na escala de importância.
Melhor eu fechar minha boca da próxima vez. Fechar olhos, boca e te beijar para sentir mais uma vez o mesmo arrepio sentido da primeira vez. A tendência é essa! Permanece a magia e alcançamos a maturidade. Eu e tu, sendo os únicos a saberem bem tudo o que se passa aqui.

Saudades demais já...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Chico já dizia...


"O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum...
É amar mais ou menos, sonhar mais ou menos,
Ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos,
Ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos."

sábado, 24 de julho de 2010

Cáh By Sabrina



Cáh é por toda a parte. Todos os pontos cardeais. Os famosos Norte, Sul, Leste e Oeste. Os esquecidos Nordeste, Sudeste, Noroeste e Sudoeste.
Cáh é em todas as direções.
Conheço a Cáh há muito tempo, mas nunca da maneira que a conheço agora.
Cáh é antena, de tudo sabe, de tudo dá notícia.
Tem uma memória invejável e lembra de frases ditas há anos.
É clássica e ao mesmo tempo moderna. O begezinho em sua nova versão rock e tatuagem.
Queria ser independente virou advogada. Queria se renovar virou gloss.
Queria ser luz, e virou luz. Luz, reflexo, projeção...
Ao mesmo tempo foco, e um ponto de referência.
Ela e eu temos pontos em comum(Além de amarmos as palavras). Ambas extremamente sinceras, sonhadoras e com a crueldade adormecida.
Trocaríamos todas as dores do mundo pela compania uma da outra, e uma bebedeira culta. Ou por um bom show de rock ou sertanejo. Somos assim também, como água e vinho.
Ela esconde as tristezas e eu faço música com o sofrimento. Ela escreve as letras mais lindas. Eu traço a melodia.
Mas somos inseparáveis. A distância não conseguiu diminuir em nada nossa dependencia uma da outra.
E não mexam com ela. Ela é uma alternativa levemente radical aos demais tipos de moças que existem na sociedade. Tem aquele bom humor que desarma, e uma vontade gigante de engolir o mundo.
É a melhor parceira de viagem que qualquer pessoa pode ter. E viagem não apenas inter-minicipais, Inter-estaduais ou ao exterior. Viagens diárias. Parceira de vida. Pra vida.
Já briguei com ela uma vez aos 12 anos. Um Bis roubado é sempre um Bis roubado. Mas somos 100% adeptas do bom mocismo. Apesar de estarmos de saco cheio de tudo isso.
Estamos aprendendo a dizer não. Muito disso ela me ensinou. (Apesar de ela nunca ter me dito não).
Vive dizendo que eu sou impossível e tenho o coração mole. EU????
O que importa é que Cáh é www. É portal do conteúdo. Como o "outro" diria: uma mulher do futuro. Sem direito a bumbum eletrônico e neurônios plastificados (alguém confere?).
Tudo em sua mente está em constante movimento.
Cáh é alta velocidade de conexão.
Cheia de vontades, padrões e romantismos camuflados por ela mesma.
Quem conhece, logo se encanta.
Eu, mais do que ninguém, sei como eu gosto dela. E acho muito engraçado seu jeito de dizer que não está nem aí para alguma coisa ou alguém, achando que vai me convencer.
Na verdade, Cáh é uma das pessoas mais divertidas que eu conheço. É meu livro de auto-ajuda. Meu convite pra me lembrar quem eu sou. Sem meias palavras ou personagens.
Fiquei imaginando o que Cáh seria se não fosse Cátia (Adoro pensar essas coisas....)
Imaginei Cáh como cantora, aeromoça de vôo internacional, integrante de reality show...
Imaginei Cáh sendo cafona (...) Tentava focar mentalmente ela vestida naqueles shortinhos e camisolões com tucanos e araras, sentada numa cadeira de plástico velha, emoldurada por um pôster da seleção brasileira de 90, com Lazaroni em destaque.
Impossível imaginar tal cena...
Impossível imaginar Cáh sem ser Cátia.
Ela é o que é.
E mesmo que não fosse Cátia, continuaria sendo um arraso.
Mas para que inverter o perfeito? Subverter o que já é ideal?
Daí esse texto. Catita como ela é.
Essa Cáh múltipla, indesfigurável, íntegra.
Doce Ironia: Cátia é tantas, em tantas formas e lugares, com tantas idéias e talentos, tantas vontades, que ela é uma só.
Indivisível, isso por mais que a ciência evolua.
Duvido que alguém invente uma forma de fragmentar Cáh. (Embora alguns integrantes do sexo masculino já tenham se aventurado....)
Desmaterializá-la é impensável. Seja porque não produzirá efeito algum (algo como "aborted mission), ou porque cada partícula jamais encontrará seu lugar exato, seu equilíbrio, sua composição correta, seus paradoxos, idiossincrasias,contrastes, choques eltétricos de brilhos e contradições. Enfim, nunca se recomporá igual ao que era quando chegar do outro lado.
O que eu tentei dizer é que Cáhs não se fazem todos os dias. E é por isso que te admiro e te agradeço por ser minha amiga há mais de 15 anos. Nada teria tanta graça sem você. Minha bolsa de mão anda vazia de vida quando não te carrego ao meu lado. Que los Angeles fica mais fria, mais escura, toda vez que eu lembro que um pedaço meu ficou aí no Brasil. O que eu quis dizer com quase um mês de atraso (tu sabes bem dos motivos), é que no dia em que tu fazes aniversário quem agradece a Deus por ti, somos nós. Tú és um presente na vida de todos aqueles que tu tocas. Te agradeço todos os dias por ter aberto meus olhos quanto ás chances que eu estava deixando passar de fazer aquilo que mais me completa por medo. Te agradeço por me dar força todas as vezes que eu pensei em arrumar as malas e desistir. Te agradeço pelos brigadeiros, pelas bebedeiras, pelos conselhos, pelos textos, pelas letras que deram vida á minha música, te agradeço por todas as vezes em que me mostrasse o lado bom da vida.

O que eu te desejo, não tem preço. Se eu disser que te desejo o mundo ainda seria pouco. Então eu te desejo um infinito de possibilidades. Te desejo acima de tudo que nunca mudes. Nunca endureças. Nunca percas a fé no outro, na vida, no amor (...)


Eu tô aqui, e tu estais aí. Mas isso não muda nada. A gente sabe. A gente sente. A gente caminha acompanhada sempre do lado do coração que a outra carrega.


Te amo! Esse texto é dedicado á tudo que tu me representas.


Sabrina Saturi - Los Angeles 24/07/2010
(A foto vai te fazer chorar tenho certeza!)


terça-feira, 20 de julho de 2010

(...)

Minha vela queima dos dois lados. Não ficará acesa a noite toda.
Mas ah, meus amigos! Mas ah, meus inimigos! É de uma luz maravilhosa"
Clarice Lispector
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Uma vez eu disse aqui, que na minha certidão de nascimento deveria vir escrito OZ, lembram?
Pois é, mesmo assim, tem hora que até eu fico meio puta. Dá vontade de chutar o balde e dançar conforme a música. Mas o surto dura poucos segundos e logo volto ao meu estado normal.
Tudo que eu vivo, só me leva á conclusão de que o mundo não combina comigo. Por mais adolescente que possa soar pra quem lê, pra mim só isso faz algum sentido, isso ou ter nascido em OZ.
Talvez eu tenha estagnado no tempo pelo fato de que sendo criança eu era maior que tudo.
E o pior é, que eu detesto ter certeza que não me contextualizei com o fato de que a modernidade exige que se cegue os sentimentos.
E acredite quando eu digo, que dessa forma tristezas e alegrias viriam apenas em doses homeopáticas.
E sabe do que mais? Que se danem os meus testes psicológicos! Eu vou estar na casa dos 60 com os mesmos fortes traços de infantilidade, desenhando botões coloridos em blusas e me sentindo insegura diante de um mundo em que sou uma estranha. E tu estarás como?
Queres a previsibilidade agora por que? Como se vive calculando os próximos passos? Quem tem certeza do que vai dar certo na vida? Te sentes culpado do que?
Se eu pegar o calendário agora e voltar dois meses...A fruta amadureceu rápido, não é?
Por mais que bananas não possuam orelhas para serem puxadas, essa espécie frutífera aprende numa rapidez impressionante. Aquilo que convém, CLARO.
Nem tudo mudou. E o que permaneceu, continua aqui, com placa fortemente fincada de protegido pelo IBAMA.
Eu arrisco mesmo, me envolvo e te dou chances de me fazer feliz.
Carente são vocês que ficam aí sozinhos por receio do tombo. Solidão é opção. E eu não falo só de amor, por mais que considere ele elemento chave do brilho todo. Eu vejo além e ainda percebo a ausência de paz aí nesse coração.
És viúvo? Tá com tuberculose? Tua casa de praia pegou fogo? A vovó rifou tua bicicleta? Então por favor, larga mão de ser comedido e deixa o sol entrar.
Aqui e aí, também dentro de ti e de mim.
Se o começo de tudo foi um caos e tu te sentes sem paz, vai a luta, eu posso te ajudar a preparar um final perfeito.
E volte ainda mais o calendário..
Eu fui capaz de aprender a valorizar em um ano.
Percebi que não sei viver longe de minha mãe e que meu sistema imunológico é baixíssimo.
Percebi que minha família significa tudo e que o meu quarto é o melhor lugar do mundo.
Percebi que tudo vale a pena pelo amor principalmente quando esse amor se chama amor próprio.
Percebi que eu mereço muito mais do que dinheiro na minha vida profissional.
Eu dei sentido para esses 25 anos de existência.
Eu fui, voltei, fiz planos, coloquei-os em prática, desisti e me sinto ainda mais forte.Eu não quero que faças o mesmo.
Eu não faria o mesmo.
Não outra vez.
Eu não sou exemplo pra ninguém, mas como boa professora eu tenho planos de te ensinar a não adiar a felicidade.
Faça as malas, meu signo mudou...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tem dias...

Tem dias que nem o Bozo consegue ficar feliz.
Tem dias que não dá.
Tem dias que não dá pra fingir que as coisas não incomodam, não dá pra fingir que cair não dói.
Tem dias que não dá pra fingir que não dói ouvir o amigo dizendo que fomos indiferentes, no dia em que só queríamos chorar, e ele não se deu ao trabalho de perguntar se estava tudo bem.
Tem dias que não dá pra fingir que a falta de tato não magoa, que a falta de reciprocidade não machuca.
Tem dias que que não dá.
Tem dias em que a gente só queria o abraço, só queria acertar a velocidade do próprio passo.
Tem dias que conseguir não criar expectativas e sonhos em cima dos outros seria mais fácil.
Tem dias que o pouco que se recebe, comove quando é verdadeiro.
Tem dias que ingratidão e falta de consideração marcam.
Tem dias que simplesmente não dá.
Tem dias que não dá pra rir de piada sem graça, não dá pra agüentar a chatice alheia (já basta a nossa própria)
Tem dias que não dá pra gostar de comer rúcula (quem inventou essa porra?).
Chamem de TPM, de crise existencial ou o diabo. Tem dias que só uma enorme barra de chocolte com ovomaltine te entende. Desculpa, mas tem dias que não dá pra brincar de faz-de-conta. Não posso. Hoje, não.

sábado, 3 de julho de 2010

Sou Assim...







Minha dor, guardo comigo. Aprendi a ser assim desde muito nova ainda. Você pode me olhar e não fazer a mínima idéia do que se passa aqui dentro. Você pode achar que estou feliz ou que acabei de ganhar na mega-sena quando na verdade acabei de perder uma pessoa que amava. Choro quando escrevo e escrevo quando quero chorar. Minha história ninguém conhece. Minhas agonias, meus amores perdidos, meus desencontros com o meu próprio mundo. Guardo comigo. Não sei se isso é bom ou ruim. Tem gente que diz que falar ajuda a “colocar pra fora o que te faz mal”. Como vomitar em alguém. Despejar um balde de lixo na cabeça de alguém que não tem nada com isso. Não gosto dessa idéia. Sou meio homem nessas horas. Prefiro entrar na minha caverna, ficar muda sem falar com ninguém e resolver o assunto na minha cabeça. Coisas que aprendi quando percebi que muita gente torce pra que estejamos nos dando mal. Estar, a todo momento, mostrando que está tudo bem, que a vida é boa, que o amor é lindo, que ninguém tem problemas em casa. Aprendi muito cedo a disfarçar minha dor. Hoje não aceito qualquer coisa. Já aceitei demais. Não tenho que aceitar mais nada que alguém queira me impor sem meu consentimento. Aceitei calada as mazelas da vida, que desciam arranhando goela abaixo. Não aceito mais nada. Desculpe, não posso mais. Dói. Fere. Corta. Mas depois cicatriza. E toda cicatriz é uma pele mais forte. Mais resistente. Menos sensível. Segundo a Wikipédia, a cicatrização alivia a dor do corte, pois a pele se fecha novamente e só fica a marca do machucado. Concordo. Alivia a dor e depois fica a marca do que foi machucado. Não aceito que me julguem sem me conhecer. Não aceito que me conheçam pelo meu sorriso ou pela falta dele. Se eu te contar minha vida, ouça sem me interromper. Não me dê conselhos, pois o que você terá ouvido são apenas histórias e não sentimentos. Demonstre compaixão, mas jamais tenha dó de mim. Não vou me fazer de vítima, muito menos assumir uma culpa que não for minha. Não me diga onde errei. Eu sei. Conheço meus acertos mais louváveis e meus erros mais repulsivos. Se der errado, vivo meu luto de novo. Não me importo. Vai doer. Vai ferir. Vai cicatrizar e formar uma casquinha que depois sai só de passar a mão de leve como quem toca um mosquito do corpo. Bem ou mal, minha história me fez ser quem sou. Viveria cada segundo de novo como se fosse uma despedida. Talvez eu cometesse os mesmos erros. Talvez eu cometesse outros erros. Mas jamais passaria impune até aqui. Cada um sabe da sua história e só isso importa. Por isso, guardo comigo minha dor, minhas agonias e meus pesadelos mais tenebrosos. Divido as alegrias, as conquistas e os sonhos mais altos. Escrevo sobre o que eu sinto. Escrevo como uma forma de despejar meu lixo na cabeça de alguém. Acho mais limpo e igualmente purificador. Escrevo porque dor não cabe no papel – ou eu não saberia explicar. E dessa forma, minha dor continua só minha. Guardo comigo.