quarta-feira, 29 de julho de 2009

Desabafo!

Eu tinha uma vida maravilhosa diga-se de passagem. Um bom namorado, um bom emprego, amigos bacanas, uma família unida, e alguns sonhos guardados na gaveta. Fui criada numa redoma de vidro, onde mulheres não se apaixonam até ter a vida profissional totalmente bem sucedida, onde pessoas mais velhas sabem o que é melhor pra sua vida, somente porque já viveram mais, e se não passaram por situações similares, não interessa, sabem mais. Meninas "de família" e que sabiam o que querer da vida, não iam á boates, não namoravam por aí, não usavam internet pra entrar em bates papos, mesmo que fossem pra bater papo com conhecidos.
Dentro da minha criação, mulheres não são frágeis, gostam de futebol, não são subestimadas, cozinham muitíssimo bem, mas são exautivamente incentivadas a cultura. Leêm mais, viajam mais, vão mais á teatros e cinemas, visitam museus, e convivem com pessoas mais velhas.
Jóia vocês devem estar pensando, ela foi criada como alguém que não condizia com sua idade! Confere!
Aí certo dia, eu resolvo dar minhas espiadinhas fora desse mundo e descubro que haviam milhões de possibilidades que eu não havia visto. Que eu preferia conversar com o porteiro e escutar suas histórias engraçadas, do que com um ótimo conhecedor de vinhos, com toda sua cultura. Decidi que meu coração optaria sempre pela simplicidade, e que meus sorrisos eram gerados por ela.
Cheia de certezas e convicções, eu fui sozinha viver nesse mundo aí fora, e descobri que eu não havia sido criado pra viver nele. Descobri que tanto faz pras pessoas se você é boa com elas, porque quando você realmente precisa, a grande maioria delas não está lá, e ouso dizer que algumas soltam fogos internamente quando sabem de suas fraquezas. Descobri pessoas que valorizam dinheiro, mas não conseguem entender o valor de uma vida, de um sorriso, de um sol, de um abraço sincero. Descobri pessoas que dizem eu te amo sem amar, que utilizam-se dos outros apenas como váulvula de escape e passagem de tempo, até encontrarem o que definitivamente procuram, ou até terem coragem de assumir terem realmente encontrado.
Tive que procurar no dicionário o sgnificado das palavras chantagem, vergonha, desrespeito, fome, medo, injustiça, decepção e acima de tudo mentira. E eu aderi a todas elas muito bem. Foi como se ao entrar de cabeça nesse novo mundo, eu houvesse vestido um novo par de óculos, e que me fazia enxergar o que eu jamais imaginei existir.
Lá foi-se a minha teoria de um mundo cor de rosa. Chorei, questionei, gritei...e passei muiuto tempo me indagando em busca de respostas.
Aí vem o tempo, e eu resolvo dar uma nova chance a tudo, sabendo que dessa vez, eu consigo viver de acordo com a realidade, até demais pro meu gosto. Mas eu descubro que por aqui nada mudou. Nada. Passaram-se anos e as pessoas continuam iguais. Os meus sonhos e as minhas opiniões continuam secundárias, afinal de contas eu só tenho 24 anos, o que eu sei da vida né? Os erros são perdoados da boca pra fora, pois são atirados em cima de mim toda a vez que se há uma brecha pra isso. E a dor é maior. O remorso é maior. E ainda assim eu não consigo me arrepender de nada. E ninguém entende nada.
Difícil. Dói. Corrói aos poucos. Choque de ideologias que é visto como ingratidão ou pura inexperiência, quando na verdade, não são só os tempos que mudaram, mas as pessoas são diferentes, e já possuem a sua experiencia de vida, seu próprio padrão de bom/bem/mau/mal.
Não dá pra querer viver a vida do outro. Podá-lo das experiências que o fazem ser quem é, quer sejam boas, quer sejam ruins, porque as ruins também ajudam a pôr pilares mais fortes quando se reinicia a construção.
Hoje, mesmo com doses cavalares de sofrimento, e vestida do tal óculos que me faz viver de acordo com a realidade, eu sou muito mais feliz do que aquela pessoa lá em cima, que acreditava ter a vida perfeita. Hoje aprendi que o amor não tem hora pra chegar, e nem pra partir. Aprendi que mulheres podem sim ser frágeis, aprendi que alguns amigos jamais te abandonam e são esses que você deve guardar sempre.
O emprego pode vir a não ser dos melhores, mas tem a vontade de recomeçar que pinta tudo de colorido, tem o namorado que faz os dias mais bonitos, e tem os meus próprios sonhos, minhas próprias verdades, essas infelizmente muita gente não quer ouvir, e se ter suas próprias convicções é ser ingrata, então eu admito que devo ser das maiores. Não acredito em certo e errado, acredito que cada um possui uma vivência que é só sua, e que determina suas verdades.
Não tentem entender, é só um desabafo, de alguém que cansou de nunca ser boa o bastante por simplesmente pensar diferente, por ter sonhos e desejos só seus, e não aqueles que foram criados pra si pelos outros, muitas vezes em cima de suas próprias frustrações.
Nunca se esqueçam de sempre perguntar aos outros o que eles realmente querem.
Nunca se esqueçam de ser felizes de suas próprias maneiras, fazendo o que têm vontade, afinal de contas, ninguém jamais estará 100% satisfeito com você, a não ser você mesmo!

Boa quarta!

Cáh

3 comentários:

Nathália :) disse...

Seu post é exatamente o momento que eu estou passando :P quando a nós saímos do nosso próprio mundo e conhecemos o mundo real, o mundo que nos cerca... é estranho demais. Dá muito medo. O jeito, é adaptar, mas nem sempre a gnt sabe como. :/
adorei o blog! ;*

Tatiana Carvalho disse...

Cah, eu sou uma pessoa extremamente "egoísta" quando se trata de defender meus sonhos, objetivos e pensamentos. Acho que as vezes sou até demais. Mas é pq sempre pensei em fazer sempre o acho que vai valer a pena. Uma dessas coisas é a realização dos meus sonhos. Sempre foco, mesmo não parecendo, alcançar meus sonhos da melhor maneira possível. Essa fase que estou passando atualmente diz exatamente isso. De início, algumas pessoas próximas foram contra, mas hoje mostrei a todos que é o melhor para mim. MInha felicidade está aflorada! Se me visse pessoalmente, diria que consegui ser feliz. É isso que acho que todo ser humano deve ser, pensar e agir. Mas somos diferentes. E viva a diferença!
Só acho que deve fazer o que te faz feliz e não deve rolar arrependimento.
Bjs

Mariachiquinha disse...

Em alguns momentos do texto, eu pensei que você estivesse falando sobre a minha vida, tamanha a identificacção.

Também não fui criada para "esse mundo". Cai, chorei e tive que aprender a me levantar e seguir várias vezes. Cresci, amadureci, só não deixei que esse mundo destruisse a minha essência.